São os especialistas que o afirmam: são precisas reformas (urgentes) na Gestão de Pessoas. Saiba em que áreas

A conclusão é inequívoca e unânime entre os especialistas: são necessárias reformas na Gestão de Pessoas. E urgentes, quer nas políticas públicas, quer no âmbito empresarial. Mas parece haver um desfasamento entre aquilo que os especialistas consideram mais urgente reformar e o que está a ser feito. Este é o tema principal do XLIII Barómetro Human Resources.

 

Por Ana Leonor Martins

 

Foi o tema escolhido para a 24.ª edição da Conferência Human Resources e foi também o mote para o 43.º Barómetro Human Resources – as reformas no mundo da Gestão de Pessoas. São necessárias (e urgentes)? Visto que há factores externos que impactam (e condicionam) as estratégias das empresas, quais os âmbitos em que são mais prementes, nas políticas públicas (fiscais e laborais) ou na vertente corporativa? E quais as áreas prioritárias, num e noutro caso?

Relacionados com este tema, surgem outros dois: o da preparação (ou não) das lideranças para responder aos desafios actuais, e a forma como as empresas encaram o talento com mais de 55 anos. Este último foi inclusive motivo para mais um Pequeno-Almoço Debate Human Resources, que faz capa na presente edição.

A completar este XLIII Barómetro Human Resources, e indo ao encontro da ordem do dia, procurou perceber-se se, nas empresas, se espera que a previsível retracção do ciclo económico afecte a Gestão de Pessoas.

 

Lei laboral de um lado, lideranças do outro
Começou-se por aferir a percepção dos especialistas do painel do Barómetro sobre a necessidade e urgência das reformas (como sinónimo de mudanças profundas) na Gestão de Pessoas, e a resposta surge inequívoca e unânime: nenhum inquirido defende que não são precisas reformas, sendo que a esmagadora maioria (82%) afirma que são urgentes.

Concretizando sobre “qual o âmbito mais urgente das reformas necessárias”, se nas políticas públicas ou na esfera privada/das empresas, também há grande consenso, com 71% do painel a considerar que são ambas, mas, entre os restantes inquiridos, sobressai sem margem de dúvida as reformas públicas (com 21% “contra” 6% que referem o âmbito empresarial).

Em termos de políticas públicas, e questionados sobre quais as áreas mais urgentes a “reformar” (podendo ser escolhidas duas opções), há duas que claramente se destacam, curiosamente com “vantagem” da reforma laboral (nomeadamente a flexibilização dos tempos de trabalho, dos modelos de contratação ou dos termos de término do vínculo laboral), com 78% das respostas, sobre a necessidade de reforma da política fiscal (como os impostos sobre os salários e prémios), mas que surge muito perto – 71%. As vertentes demográfica (incentivos à natalidade ou mudanças na política de imigração) e da Segurança Social (no que respeita às reformas e subsídios de desemprego e reinserção, por exemplo) surgem a grande distância, com apenas 18% e 14% das respostas, respectivamente.

Sem surpresa, e mais uma vez, ninguém refere não serem precisas reformas no âmbito das políticas públicas que afectam a Gestão de Pessoas. Mas quando confrontados com a pergunta se acredita que elas vão existir, a curto/ médio prazo, mais de metade dos especialistas (51%) afirma peremptoriamente que não. Nenhum acredita que serão feitas reformas em todas as áreas necessárias, e só 14% confia que pelo menos nas fundamentais essas reformas vão existir. Já 29% consideram que sim, mas só nas áreas/temas menos relevantes.

 

Fique a conhecer todos os resultados do XLIII Barómetro Human Resources na edição de Outubro (nº.142) da Human Resources, nas bancas (se preferir comprar online, tem disponível a versão em papel ou a versão digital).

E tem também o comentário dos especialistas:

– Inês Madeira, directora de Capital Humano da Zeone Consulting

– Mariana Canto e Castro, directora de Recursos Humanos da Randstad Portugal

– Susana Silva, directora de Pessoas do El Corte Inglés Portugal

– Ricardo Nunes, Human Capital director da Bring Global

– Paulo Barreto, director de Recursos Humanos do Crédito Agrícola

– Pedro Ribeiro, director de Pessoas do Super Bock Group

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