Só 13% das PME portuguesas apostam na exportação

Como exportar para o Brasil?Esta é uma das conclusões da segunda fase da edição de 2014 do Estudo PME: Riscos e Oportunidades, promovido pela Companhia de Seguros Zurich.

Apenas 13% das Pequenas e Médias Empresas (PME) portuguesas apostam na exportação para mercados estrangeiros como forma de desenvolverem o seu negócio, sendo a redução de custos e de despesas a prioridade absoluta para 32% das PME. Esta é uma das conclusões da segunda fase da edição de 2014 do Estudo PME: Riscos e Oportunidades, promovido pela Companhia de Seguros Zurich junto de CEO, proprietários, directores-gerais e Financeiros e Chefes de Operações de PME de 19 países. Face ao mesmo questionário realizado no Verão de 2013, verifica-se uma diminuição de 3% nas empresas que recorrem à exportação para fazer face às dificuldades que a economia portuguesa atravessa.

O estudo demonstra que a maioria dos empresários portugueses está a concentrar esforços no mercado nacional, com 28% dos inquiridos a confessar estar focado em explorar novos segmentos de clientes, contra os 20% da primeira edição do Estudo. A opção por diversificar a oferta de serviços ou produtos também subiu, para 20% (mais 3% do que na primeira edição).

No entanto, a redução de custos e despesas mantém-se como a prioridade absoluta para 32% das PME. Depois da exploração de novos segmentos de clientes, as oportunidades de negócio geradas pelas novas tecnologias (tablets, smartphones) foram as que mais cresceram no último ano (mais 6%), com 13% dos empresários a identificarem esta opção.

Por outro lado, existe uma franja de empresários (13%) que não identifica no horizonte o aparecimento de oportunidades de negócio.

Comparativamente com outros países inquiridos neste estudo, no capítulo da exportação Portugal é ultrapassado pela Suíça, México (ambos com 15%), África do Sul (14%), Emirados Árabes Unidos (17%), Hong Kong (20%), Taiwan (23%), Marrocos (26%), e Turquia (27%). O país que menos se dedica à exportação é o Brasil, onde apenas 6% das PME pensa explorar essa oportunidade.

Maioria das PME internacionais aposta em novos segmentos

Tal como em 2013, a maioria das PME identifica os novos segmentos de clientes e a redução de custos e despesas como as principais oportunidades. As excepções a este padrão são a Malásia, Taiwan e Hong Kong, onde a diversificação dos produtos ou serviços é encarada como a oportunidade mais relevante.

Muitos negócios consideram também a expansão para mercados estrangeiros como uma oportunidade, sobretudo no Médio Oriente (27% na Turquia; 26% em Marrocos) e na Ásia (23% em Taiwan; 20% em Hong Kong). No entanto, mesmo nestes países a opção de expansão para o estrangeiro não é tão apelativa como em 2013. As PME na Europa (12%) e na América do Sul (9%) demonstram pouco interesse em descobrir novos mercados fora do seu país de origem.

As alterações na regulamentação ou legislação estão entre as maiores oportunidades para as PME da Alemanha, Áustria e Itália, tendo sido uma das opções menos referida na Suíça Irlanda, Emirados Árabes Unidos, México e África do Sul. Por outro lado, as PME de Taiwan, Malásia, Reino Unido, Austrália, Emirados Árabes Unidos, Brasil e Irlanda indicaram a opção “não prevejo quaisquer oportunidades para o negócio” no top 3.

Em Setembro deste ano, a Zurich divulgou a primeira fase da segunda edição do Estudo PME: Riscos e Oportunidades, que concluía que nos nos últimos 12 meses, 17% das PME portuguesas recorreram ao despedimento de colaboradores para conseguir contornar as dificuldades financeiras e manter-se em funcionamento.

A 2.ª edição do estudo “PME: Riscos e Oportunidades” foi aplicada pela Gfk em 19 países através da realização de 3800 entrevistas telefónicas a CEO, CFO, directores-gerais e Chefes de Operações no verão de 2014. Em Portugal foram realizadas 200 entrevistas, a maioria das quais (42%) a CEO das empresas.

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