Stress: o inimigo da performance e bem-estar no trabalho. A forma como trabalhamos promove-o, mas podemos aprender a combatê-lo

O stress é já um velho conhecido no ambiente empresarial, no entanto, as novas formas de trabalho que se foram desenhando neste universo ao longo dos últimos anos fizeram disparar este estado emocional nos colaboradores.

Por Cláudia Cerqueira, Customer Success manager/coach da GoodHabitz

 

Dados da Pathways revelam que mais de 30% dos trabalhadores se mostram preocupados com os seus níveis de stress e ansiedade. Ademais, o stress conduz, com frequência, a questões que impactam na saúde mental, como o burnout, que influenciam significativamente os níveis de produtividade das equipas.

Os colaboradores têm noção destas questões e 56% afirma ter já sentido que a ansiedade e stress afectaram o seu desempenho no trabalho, segundo a Anxiety and Depression Association of America.

A verdade é que este estado de tensão tem também impactos negativos no dia-a-dia das empresas, nomeadamente na cultura empresarial, por promover métodos de trabalho menos cooperativos e, como consequência da anterior, na agilidade e no alcance dos objetivos e resultados da Organização.

Por sua vez, não sendo identificados, nem tão pouco acompanhados, os focos de stress farão com que as organizações paguem elevadas facturas, repletas de taxas de rotatividade e baixíssimo compromisso e envolvimento, inclusive pondo em causa a sua atractividade no mercado de RH.

Desta forma, um dos pontos-chave poderá passar por perceber se existem estes focos nas empresas, bem como evitar que impactem colaboradores, equipas e a própria organização.

São várias as formas possíveis de mitigar os focos de stress, e talvez seja importante perceber que dinâmicas ou benefícios já oferecem as empresas aos colaboradores que lhes permitam enfrentar o stress laboral.

Programas de formação através dos quais os colaboradores podem aprender não só sobre como gerir este estado emocional, mas também terem acesso a outros temas que lhes interessem e que podem dar robustez a competências pessoais que os ajudem a identificar e de alguma forma a controlar estes momentos e contextos pode ser um caminho para minimizar situações de mal-estar nas equipas.

Para que estes programas possam ser implementados, as empresas deverão permitir aos colaboradores momentos de pausa e dinâmicas ao longo do trabalho para que os mesmos se foquem no seu desenvolvimento profissional, mas também pessoal.

O coaching e mentoring são também dois bons exemplos de como promover a redução do stress no trabalho. Em ambos os programas há a possibilidade de voz-activa.

Quando permitimos que os colaboradores sejam ouvidos mais facilmente e adequadamente identificamos focos de stress e actuamos sobre eles respectivamente. Em ambos os programas de uma forma mais ou menos conduzida e orientada, há uma dinâmica de cooperação e actuação sobre causa para promoção de um efeito adaptado e ajustado.

Por sua vez, a promoção de pausas para exercício físico pode ser também uma forma de controlar este estado.

A criação e incentivo de dinâmicas de ioga, pilates, caminhada, corrida, jogos de futebol ou até mesmo de xadrez para que, em conjunto, os colaboradores possam gastar energia e tensão acumulada ao mesmo tempo que interagem em ambiente mais descontraído pode ser um promotor de bem estar físico, emocional e corporativo.

Por outro lado, caso os colaboradores não tenham interesse em entrar nestes grupos, é fundamental motivá-los e incentivar a que estas pausas existam, mesmo que aconteçam individualmente.

O essencial é manter o foco no bem-estar dos colaboradores. Promover momentos de pausa quer para formação, mentoring, coaching ou exercício físico, obrigará os colaboradores a parar, identificar e a gerir tensões, individuais e colectivas, e ainda a perceber que caminhos são possíveis delinear e percorrer para evitar regressar a ritmos menos saudáveis.

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