Taxa de Emprego. Afinal, homens sofreram mais com a crise COVID-19 do que as mulheres. Saiba como Portugal se compara com a Europa

Portugal está entre os países da União Europeia (UE) com maiores quedas na taxa de emprego, nomeadamente na diferença entre o emprego masculino e feminino.

 

De acordo com os mais recentes dados do Eurostat, Portugal contava, no quarto trimestre de 2020, com pouco mais de 4,5 milhões de pessoas empregadas, entre os 20 e 64 anos, o que representava 75% da população. Números que contrastam com os mesmos últimos três meses de 2019, que registavam 4,6 milhões de pessoas empregadas, 76% da população.

O país segue a tendência da maioria da UE, que também registou, de uma forma geral, uma queda acentuada no número de pessoas empregadas entre o último trimestre de 2019 e 2020. O ano passado 188,7 milhões de pessoas, ou 72,6% da população total da UE, com idade entre os 20 e os 64 anos, estavam empregadas nos últimos três meses, em comparação com 191,4 milhões, ou 73,2%, no quarto trimestre de 2019.

Sobre a taxa de emprego entre homens e mulheres, Portugal volta a seguir os números da maioria dos Estados membros. O emprego masculino em território nacional diminuiu 1,4% do quarto trimestre de 2019 para o mesmo período de 2020, enquanto o emprego feminino diminuiu apenas 0,6 pontos percentuais.

De forma detalhada, Portugal empregava, no quarto trimestre de 2020, 2.255 milhões de homens (77,7%), contra os 2.295 milhões (79,1%) de 2019, e 2.294 milhões de mulheres (72,5%), contras as 2.303 milhões (73,1%) do ano anterior.

O mesmo aconteceu na UE: o emprego masculino diminuiu 1,7 milhões do quarto trimestre de 2019 para o quarto trimestre de 2020, uma queda de 0,9% na taxa de emprego (de 79,1% para 78,2%), enquanto o emprego feminino diminuiu 1,0 milhão, um corte de 0,4% na taxa de emprego (de 67,4% para 67,0%) neste período.

O gabinete de estatística europeu dá ainda conta de que muitos Estados-Membros da UE, logo dos primeiros meses de 2020,  implementaram medidas como o trabalho de curta duração ou o apoio financeiro às empresas para atenuar o impacto da crise da saúde no emprego, o que pode ter ajudado a limitar as demissões macivas até certo ponto. No entanto, as pessoas que deveriam ingressar no mercado de trabalho ou que deveria continuar empregadas por renovação do contrato podem ter sido impactadas diretamente pela retracção da atividade económica e pelo encerramento de várias empresas ou entidades públicas.

 

Espanha, Estónia e Lituânia com as maiores quedas na taxa de emprego

Quase todos os Estados-Membros da UE, com exceção da Polónia, Luxemburgo, Malta e Grécia, registaram uma diminuição das suas taxas de emprego entre o quarto trimestre de 2019 e de 2020, com quedas superiores a 2 pontos percentuais em Espanha, na Estónia e Lituânia.

 

Emprego temporário no final de 2020 ainda abaixo dos níveis de 2019

Os contratos temporários representavam 10,6% do emprego total na UE no último trimestre de 2020, ou pouco mais de uma em cada 10 pessoas empregadas na UE, em comparação com 11,7% no quarto trimestre de 2019.

Também na evolução do emprego temporário existe uma diferença de género, com as mulheres a registarem uma participação maior nesses contratos do que os homens.

Apesar do crescimento dos contratos temporários no quarto trimestre, os números no final de 2020 ainda ficavam abaixo dos valores de 2019 – 1,1% menor do que no quarto trimestre de 2019 para homens e 0,9% para mulheres.

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