Tem dúvidas sobre o novo regulamento de Inteligência Artificial da UE? Siga estes cinco passos para não entrar em incumprimento

A União Europeia aprovou recentemente um regulamento pioneiro de Inteligência Artificial (IA) a nível mundial que obriga as empresas a reforçar as normas de IA que utilizam. A pensar nisto, a Boston Consulting Group (BCG) recomenda cinco acções-chave para as empresas conseguirem adaptar-se, integrar e tirar partido das novas normas de Inteligência Artificial (IA).  

 

Ora tome nota:

1. Definir objectivos concretos para a utilização da tecnologia. É importante que as empresas, numa fase inicial, consigam delinear metas exequíveis. Alguns dos objectivos-chave passam por alinhar a gestão de IA da organização com as melhores práticas implementadas globalmente, melhorar e demonstrar conformidade regulatória, moldando o cenário global de governação da tecnologia.

 

2. Seleccionar normas de IA bem estabelecidas. As empresas devem começar por concentrar-se nas já conhecidas, uma vez que já têm bases de apoio sólidas e os seus conceitos podem ser facilmente incorporados por fornecedores, clientes, utilizadores finais e organizações governamentais. Em muitos casos, estas normas são também certificáveis e auditáveis, o que facilita a sua adopção e monitorização dentro das organizações.

 

3. Criar um inventário das normas que já estão a ser utilizadas e identificar as áreas de especialização. É fundamental que as empresas façam um levantamento das áreas onde já estão a utilizar IA, como por exemplo cibersegurança e protecção de dados. Estas áreas podem servir como fundamentos de especialização para a restante organização e são importantes fontes de informação sobre a melhor forma de adoptar e cumprir novas normas.

 

4. Analisar lacunas para traçar um caminho a seguir. As organizações devem mapear as normas de IA seleccionadas para a estratégia, gestão e processos internos existentes, de modo a identificar lacunas. A partir daí, devem determinar a relevância e o custo estimado de cada uma, priorizar as que devem ser corrigidas com base nos objectivos predefinidos e criar um roteiro para ajudar a organização a caminhar para o estado de conformidade com as normas.

Para tal, é importante criar um comité de líderes senior para supervisionar o desenvolvimento e implementação do programa de IA responsável, definindo os princípios, políticas e linhas de orientação que irão reger a utilização da tecnologia, de forma adequada, em toda a organização, facilitando a identificação dos tipos de sistemas de IA a adoptar. Este comité deve estar alinhado com estruturas de governação empresarial existentes, como o comité de risco, evitando a criação de funções desnecessárias, e assegurando caminhos claros para resolver problemas potenciais.

 

5. Envolver-se em processos de desenvolvimento de normas. É necessário que as organizações conheçam as directrizes voluntárias existentes para saber quais as melhores práticas dentro da indústria e conseguirem monitorizar as questões legais que ainda estão em desenvolvimento, como é o caso do impacto da IA Generativa nos direitos de propriedade intelectual.

Posteriormente, é muito importante que as empresas contribuam para o desenvolvimento de normas de IA, através de comités nacionais ou directamente com organizações de desenvolvimento de normas, para poderem partilhar o seu conhecimento, moldar o panorama de governação da tecnologia e manter-se a par das melhores práticas emergentes.

Ler Mais