Tem um Messi na sua empresa? Saiba como lhe pagar sem gerar (tanta) polémica

A estrela do FC Barcelona ​​Leonel Messi renovou o seu contrato em 2017 e garantiu 138,8 milhões de euros brutos por temporada.

 

Os dados do contrato foram publicados domingo passado pelo jornal El Mundo, que especificou que o contrato incluía o salário fixo, os direitos de imagem, uma série de prémios, subsídios e inúmeras variáveis ​​dependentes de vários objectivos.

O El País analisou este tema do ponto de vista das empresas. Transferindo este exemplo para o mundo das empresas, a primeira coisa que se observa é que não existe uma política de remuneração definida no referido clube, e que este tipo de desequilíbrio em relação ao resto da equipa gera polémica. Por esse motivo, as empresas costumam ter, ou deveriam ter, um protocolo de remuneração de “estrelas”.

«O primeiro aspecto que deve ser tido em consideração é o salário fixo, que tem que estar em sintonia com o mercado, e nas grandes contratações essa parte não é muito discutida porque geralmente sabe-se em que magnitude está essa parte fixa», diz ao El País Carlos Alemany, sócio-gerente da empresa de recrutamento de alta direção Alemany & Partners, que garante que, como no caso da estrela argentina, a parte importante é o bónus anual, definido com base nos objectivos e também no título plurianual, que estabelece metas para três e cinco anos.

«Isso é muito mais ambicioso, porque a capitalização de mercado também pode ser medida aqui, com parâmetros que são difíceis de alcançar por serem de longo prazo», explica Carlos Alemany. «A remuneração de uma estrela numa empresa, além de ser competitiva com o mercado externo, deve estar sempre ligada a objectivos e conquistas para a organização, mas também deve estar sujeito a equidade interna em relação ao restante da equipa de gestão», defende, fazendo ainda notar que «Leonel Messi, sem equipa, não seria ninguém, e no caso de um gestor acontece o mesmo».

A primeira coisa a considerar ao contratar uma estrela é saber qual é o objectivo. «Esta contratação deve estar alinhada com a estratégia e com as conquistas desejadas pela organização», afirma Juan Vicente Martínez , chefe  de capital humano da Mercer. Outro ponto a ter em conta, é a sustentabilidade, como é que a remuneração é estruturada e de que é que depende.

«Deve estar alinhado com a forma como a empresa trabalha, com a equipa, porque hoje nada se conquista sozinho. Os sucessos devem ser partilhados, e o que uma estrela ganha deve estar ligado ao sucesso global e fazer com que o resto da organização participe da compensação.»

O que também este tipo de contratação revela, não é o caso de Messi,  é uma falta de estratégia na descoberta e desenvolvimento de talentos internos. «Quando se trabalha com este tipos de políticas dentro de uma empresa, o ajuste cultural é muito mais fácil, bem como o alinhamento com os objectivos», explica o responsável da Mercer.

A adaptação é um dos principais factores para uma estrela alcançar resultados e para isso o quê, como e quando também são decisivos.

A isso Martínez acrescenta outra chave a destacar,  a transparência, pois para uma remuneração não ser posta em causa deve ser transparente, e deve estar vinculada a objectivos e desempenho. «Tem que ficar claro qual é a contribuição dessa pessoa, que tem que ser elevada, para a organização.»

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