Tendências de formação para 2024: Prepare-se para um futuro em transformação

No vibrante cenário contemporâneo, impulsionado por constantes avanços tecnológicos e mudanças sociais, a adaptação torna-se imperativa, tanto para as organizações quanto para os indivíduos, que devem ter a capacidade de antecipar e acompanhar as novas exigências do mercado de trabalho.

Por Diogo Brandão, Learning and Development specialist, Adecco Training

 

Sem dúvida que, este ano, será um ano de grandes mudanças, sobretudo, no que diz respeito ao panorama do desenvolvimento profissional e pessoal. Desta forma, é crucial reconhecer e abraçar as tendências de formação que moldarão o futuro do trabalho, desde a rápida evolução da Inteligência Artificial (IA) até à promoção da diversidade e inclusão e ao desenvolvimento geracional, estamos diante de um momento de adaptação contínua e crescimento. E, por isso, é fundamental que se foque, em 2024, nestes três grandes temas:

1- Inteligência Artificial Generativa (IAG):

A IA, apesar de já estar presente há vários anos, apenas em 2023 se assistiu ao verdadeiro boom, marcado pelo aparecimento do Chat GPT da OpenAI. De acordo com um estudo realizado pela Microsoft, 82% dos líderes globais reconhecem a necessidade de apostar constantemente em formação para que os seus colaboradores possam ir adquirindo novas competências, de modo a conseguirem enfrentar o crescimento da IA Generativa.

Por outro lado, segundo o estudo da McKinsey, cerca de 30% das horas laborais poderão ser automatizadas até 2030, evidenciando um impacto substancial nos empregos actuais. Embora estejamos mais familiarizados com ferramentas de texto baseadas em IA, como o Chat GPT ou o Gemini – antigo Bard-, há um vasto leque de outras ferramentas a explorar, desde a criação de imagens (OpenArt) e vídeos (Synthesia) até marketing (Jasper) e design (Diagram).

Segundo o estudo do Grupo Adecco, Global Workforce of the Future de 2023 (GWOF), 62% dos trabalhadores acreditam que o impacto da IA no seu trabalho será positivo, 54% espera mesmo que a IA lhes permita aceder a novas profissões/empregos, mas menos de metade (46%) recebe actualmente orientações sobre como utilizar a IA no trabalho.

Perante este panorama em constante transformação, surge a urgência da actualização e aquisição de novas competências (upskilling e reskilling), garantindo não apenas a adaptação dos colaboradores, mas também ajudá-los a que consigam tirar o maior partido desta ferramenta. Estamos apenas no início da era da IA, que promete vir a revolucionar de forma duradoura. Esta é aliás, uma das recomendações do GWOF tendo em conta que 73% dos trabalhadores pretende manter-se no seu local de trabalho, desde que lhe sejam dadas oportunidades de melhoria e competências e de carreira.

 

2- Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI):

Durante este ano, a DEI transcenderá os rótulos corporativos, tornando-se elementos essenciais na criação de ambientes laborais mais sólidos e inclusivos. Essa tendência é impulsionada pela crescente conscientização das organizações, e dos seus respectivos líderes, e pela implementação da Agenda do Trabalho Digno em 2023.

A implementação efectiva de políticas DEI resulta em ambientes de trabalho mais acolhedores e produtivos, possibilitando as equipas mais criativas e dinâmicas, a serem capazes de resolver desafios de forma mais abrangente. Para os profissionais, a inclusão fomenta um maior sentimento de pertença, traduzindo-se num maior compromisso e produtividade.

 

3- Desenvolvimento geracional:

Nunca o mercado de trabalho testemunhou uma tão vasta diversidade geracional em simultâneo, o que apresenta desafios inéditos para líderes e gestores de Recursos Humanos. Assim, é necessário olhar para as práticas de RH trabalhadas até então e restruturá-las, ou seja, adaptá-las à nova realidade e às novas exigências dos colaboradores. Neste sentido, abordar questões como liderança, comunicação e experiência do colaborador de maneira individualizada para diferentes gerações torna-se então uma necessidade premente.

Desta forma, ao enfrentar esses desafios com profundidade, as organizações não apenas fortalecem seu tecido interno, como também contribuem para a construção de culturas corporativas mais resilientes e colaboradores mais satisfeitos.

Ao investir em actualização de competências, promover ambientes inclusivos e valorizar a diversidade geracional, as organizações e os profissionais estarão mais bem preparados para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades de um mundo em constante transformação.

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