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TI com desemprego zero em Portugal
Em Portugal, há um grupo de profissionais que tem desemprego zero, mesmo os mais jovens recebem um salário líquido mensal superior a mil euros e dizem-se motivados com o que fazem.
Todos os profissionais com formação nas área das TIC, em Portugal, estão actualmente empregados em funções de carácter tecnológico. Destes, 90% auferem um salário líquido mensal superior a mil euros, 55% recebem entre mil e 1800 euros e 14% recebem mais de 2500 euros líquidos mensais. Mais de metade destes profissionais consideram-se uma classe profissional satisfeita com o seu trabalho. Estas são algumas das conclusões de um estudo realizado em Novembro pela Jobbox, uma empresa especializada no recrutamento e apoio à gestão de carreiras de profissionais da área tecnológica.
Este estudo foi conduzido junto de uma amostra de 102 profissionais de TIC. Destes, 85% possui formação superior ao nível da licenciatura ou mestrado, e a larga maioria (74%) está no mercado há mais de quatro anos.
José Vicente Paiva, co-fundador da Jobbox, explica que o objectivo deste estudo é «compreender o mercado dos profissionais de TIC porque, por um lado é um mercado que está a mudar muito rapidamente, em parte devido à proliferação de startups tecnológicas em Portugal e. Por outro, a Jobbox é ela própria uma empresa relativamente nova no mercado e queremos compreender melhor as necessidades e ambições dos profissionais a quem os nossos serviços se dirigem. Interessa-nos saber, por exemplo, em que medida se movem por factores como o aumento da remuneração, a motivação, a tipologia de empresa onde trabalham ou a autonomia no desempenho da sua função».
Apesar de todos os inquiridos neste estudo estarem actualmente empregados (mesmo os 6% que acabaram o curso há menos de um ano), de serem relativamente bem remunerados e se afirmarem motivados com o seu trabalho, só 3% não equacionam mudar de emprego. Metade (52%) afirma estar disponível para falar de novas oportunidades e 38% admite que, mesmo não estando à procura, falam com os amigos sobre isso. As redes sociais e a recomendação de amigos são as formas de procura de trabalho consideradas mais úteis pelos profissionais de TIC escutados neste estudo, enquanto que as agências de recrutamento são a menos útil. Aliás, quase metade (44%) da amostra já trabalhou através de empresas de sub-contratação e, desses profissionais, 73% revelam algum grau de insatisfação com a experiência.
«Se a estes dados juntarmos a informação pública sobre a fuga de engenheiros informáticos do País, que anda em média entre 50 a 100 por mês, e ainda a indicação que 63% da nossa amostra nos deu, de que estão disponíveis para aceitar trabalho fora de Portugal, então torna-se urgente criar melhores serviços que os ajudem a encontrar nas empresas portuguesas – sejam elas grandes corporate business ou pequenas startups – uma situação profissional que os satisfaça, rentabilize e retenha», conclui José Vicente Paiva.
As conclusões deste estudo serão apresentadas na íntegra no próximo dia 4 de Dezembro, no Hotel Florida, pelas 19h00, no primeiro evento da rede internacional Talent Hackers a decorrer em Lisboa.