
Ticket e Mastercard: Uma colaboração com foco no futuro
A Ticket Restaurant de Portugal, S.A. estabeleceu uma cooperação estratégica com a Mastercard, reforçando o seu compromisso com a inovação e a procura constante por soluções diferenciadoras em diversos segmentos.
Fotos | Nuno Carrancho
Num pequeno-almoço informal, promovido pela revista Human Resources e a empresa Ticket Restaurant de Portugal, S.A., diversos convidados tiveram a oportunidade de ficar a conhecer o trabalho desenvolvido pela Mastercard no campo dos novos meios de pagamento.
Fundada em 1974 e especializada na gestão de benefícios extra-salariais, como subsídios de refeição, educação, saúde e mobilidade, a Ticket Restaurant de Portugal tem feito uma forte aposta na tecnologia e investido em soluções que visam, acima de tudo, um maior conforto e segurança para os seus clientes. Nesse sentido, esta colaboração com a Mastercard surge como uma alavanca para trazer ao mercado português novas experiências internacionais, aplicadas a áreas em franco desenvolvimento, como a mobilidade, a saúde e os serviços para pequenas e médias empresas.
Num sector cada vez mais marcado pela evolução tecnológica, a rapidez e a capacidade de adaptação são essenciais. Nesse sentido, a Mastercard, com a sua vasta experiência global, torna-se um parceiro estratégico forte, permitindo à Ticket Restaurant de Portugal absorver práticas e tendências que já se mostraram eficazes noutros mercados, introduzindo- -as de forma contextualizada no tecido empresarial português. «O objectivo é trazer inovação e diferenciação para o mercado nacional, aproveitando o que já foi testado e aprovado noutros contextos. Esta colaboração com uma entidade com visão internacional permite-nos olhar para o futuro com mais ambição e foco no utilizador», refere Pedro Barbosa, Presidente da empresa.
Consumidor no centro da estratégia
Embora a Ticket Restaurant de Portugal já disponha de um portefólio alargado de produtos – Restaurant, Infância, Educação, Ensino, Saúde, Car e Oferta –, o principal objectivo está na diversificação da oferta, procurando responder às necessidades emergentes dos colaboradores e das empresas. O foco é claro: criar produtos que combinem inovação, simplicidade e utilidade real no dia-a-dia dos clientes.
Nesse sentido, estão a ser desenvolvidas novas soluções que prometem fazer a diferença. Num mundo cada vez mais imediatista, o comportamento do consumidor mudou, e hoje as pessoas procuram soluções que ofereçam rapidez, facilidade e poupança. «Já ninguém quer perder tempo em filas. Vivemos num tempo em que a atenção dura três segundos, e a resposta tem de ser quase instantânea», explica Rui Patraquim, da Mastercard.
É com esta premissa que a empresa pretende lançar soluções práticas e tecnologicamente avançadas, sempre com foco na experiência do utilizador. Os novos produtos que estão a ser concebidos incorporam esta visão, aliando a vertente empresarial ao bem-estar individual.
Na sua apresentação, a Mastercard mostrou como o seu trabalho a nível global tem proporcionado insights relevantes, recolhidos a partir de boas práticas e tendências observadas noutros países europeus. Embora cada país tenha as suas especificidades legais e culturais, a convergência é clara: todos caminham no sentido da digitalização, eficiência e personalização da experiência do utilizador. «A nossa função não é dizer qual o caminho a seguir, mas sim ajudar os nossos parceiros a reflectirem sobre as opções disponíveis e apresentarmos dados que os ajudem a tomar decisões informadas», complementa o profissional.
As empresas vivem tão imersas na sua realidade diária que deixam de ter visibilidade sobre o que se passa fora do seu contexto imediato, e é neste ponto que a Mastercard acrescenta valor. Ao trazer perspectivas de outros mercados, a empresa promove um pensamento mais estratégico e alargado. «Quando surgem novos concorrentes, muitas vezes a reacção é de surpresa. A nossa missão [Mastercard] é antecipar essa mudança. Explicamos o que está a acontecer lá fora, quais são as tendências, que resultados tiveram, e se funcionaram ou não. É esse conhecimento que partilhamos com os nossos clientes», sublinha Rui Patraquim.
Ticket Serviços®: Marca com longevidade, mas apostada no amanhã
Com mais de 50 anos de presença no mercado português, a Ticket Restaurant de Portugal não pretende que a sua história seja um fardo. Pelo contrário, encara essa trajectória como um ponto de partida para continuar a inovar. «Não falamos em idade, falamos em longevidade. Somos uma empresa com história, mas com um olhar muito voltado para o futuro. Sempre procurámos ser pioneiros na resposta às necessidades do mercado, seja através da APP Ticket Pay®, utilizada nas Jornadas Mundiais da Juventude, ou no Cartão Social® que procura responder à necessidade cada vez maior de inclusão social», afirma Pedro Barbosa.
Há tantos anos no mercado, a Ticket Restaurant de Portugal enfrenta hoje não só a concorrência dos seus habituais rivais internacionais, como também a entrada de startups portuguesas e players estrangeiros que oferecem soluções similares e disruptivas. Isso exige uma reflexão profunda sobre o futuro e a necessidade de se reinventar.
Esta parceria com a Mastercard vem confirmar essa ambição. Através da partilha de conhecimento, experiência internacional e visão de futuro, esta colaboração pretende posicionar a empresa de forma mais competitiva num mercado cada vez mais dinâmico e exigente. Nessa perspectiva, a multinacional tem colaborado com a Ticket Restaurant de Portugal na exploração de novos caminhos estratégicos, inclusive através de estudos e projectos-piloto que permitem identificar oportunidades reais de crescimento e diferenciação.
«Agora estamos a desenvolver outro género de produtos que, naturalmente também vão ser diferenciadores por serem relativamente novos nas áreas da saúde, mobilidade e produtos para PME. Estamos à procura de novos produtos, novas linhas de negócio, que vão prontamente trabalhar nichos. Mas sabemos que internacionalmente funcionaram, e queremos trazer um pouco dessa experiência para cá», sublinha Pedro Barbosa.
São produtos focados na óptica empresarial, mas acima de tudo, e como sempre, no bem-estar do utilizador/ consumidor, que é quem os procura. «Actualmente, as pessoas procuram facilidade e rapidez nos meios de pagamento. Não querem estar em filas e têm segundos de atenção. Por isso, hoje somos muito mais imediatistas, precisamos dessa velocidade, e procuramos obviamente soluções também soluções que nos auxiliem e tragam poupança no nosso dia-a-dia, além de facilidade », acrescenta.
Mastercard, uma visão global
A Mastercard é muito mais do que uma empresa de pagamentos ou de tecnologia. É, acima de tudo, um facilitador de ecossistemas, trabalhando em colaboração para desenvolver soluções que resolvam problemas reais. A sua actuação vai muito além das transacções, promovendo programas de inclusão social, como o Priceless Planet Coalition, que planta árvores (em Portugal, em Castelo Branco). Apoia, ainda, projectos como o Girls4Tech e o Strive, este último focado em ajudar pequenas e médias empresas – especialmente as lideradas por mulheres, que representam 57% deste universo.
Por outro lado, a marca Mastercard tem uma forte ligação à emoção e à experiência humana. Por isso, associa-se a eventos que movem paixões, como a UEFA Champions League, Roland Garros, os BRIT Awards, o Festival de Cannes ou até artistas como Lady Gaga. A empesa tem uma estratégia de branding multissensorial e aposta também em experiências tácteis e olfactivas, disponibilizando produtos com o Touch Card, cartões acessíveis para invisuais ou parcialmente invisuais, ou duas fragrâncias – Priceless Paixão e Priceless Optimismo – que se podem misturar para criar fragrâncias personalizadas.
Mas o mais importante é que, na Europa, a Mastercard tem hubs especializados em várias áreas – turismo (Madrid), tecnologia (Dublin), sustentabilidade (Estocolmo), mobilidade urbana (Amesterdão), cibersegurança (Waterloo) –, nas quais tem investido para acompanhar tendências e facilitar a vida de todos. Na mobilidade, procura, por exemplo, resolver desafios ligados à exclusão, como o custo elevado do transporte para quem vive fora dos centros urbanos. Um dos factos apresentados foi o caso dos Países Baixos, onde a Mastercard ajudou a criar um ecossistema de transporte integrado – combinando transportes públicos, micromobilidade (como trotinetes) e benefícios em espaços de coworking – tudo centralizado num cartão pré-pago com vantagens para os utilizadores. No campo da cibersegurança, a Mastercard tem investido fortemente – mais de oito mil milhões de dólares nos últimos cinco anos –, colaborando com entidades como a Europol e a Interpol.
Novas tendências
A sua missão é, acima de tudo, potenciar economias e capacitar as pessoas, promovendo sempre a inclusão. Na Mastercard, os pagamentos representam 60% das suas receitas, sendo os restantes 40% provenientes de serviços. Em termos dos pagamentos, a marca nota que 78% das compras são feitas na loja física*, assumindo, no entanto, que as pessoas estão cada vez mais habituadas aos pagamentos digitais, o que tem contribuído para as pessoas serem digitalmente mais inclusivas.
Para além da sua experiência em meios de pagamento, a Mastercard tem investido na recolha e análise de dados em várias áreas. «Não trabalhamos com dados individuais. O que fazemos é construir perfis de comportamento com base em padrões agregados e anonimizados respeitando a privacidade dos utilizadores. É a partir desses perfis que conseguimos identificar tendências e antecipar comportamentos», esclarece o representante da Mastercard.
E sobre tendências de futuro, uma coisa é certa: a pandemia foi um ponto de viragem para a adopção dos pagamentos contactless, que passaram a ser vistos como um método seguro e cómodo. Actualmente, muitas pessoas já nem transportam cartões físicos, usando apenas o telemóvel. O futuro aponta, assim, para a substituição dos terminais físicos por soluções digitais, como o “Tap on Phone”, permitindo que qualquer comerciante aceite pagamentos contactless através de uma aplicação instalada num dispositivo móvel. Esta tecnologia tem sido usada, por exemplo, para reduzir filas nas lojas ou em contextos de atendimento personalizado, onde o vendedor acompanha o cliente, recomenda produtos e finaliza a compra ali mesmo, evitando que o cliente vá embora e compre mais barato online.
«As lojas físicas estão a transformar- -se em showrooms, e o contacto directo com o cliente é crucial para fechar vendas no momento. Soluções móveis de pagamento, que permitem ler códigos de barras, emitir facturas por email e aceitar pagamentos sem necessidade de caixa, melhoram a experiência de compra e evitam perdas para a concorrência online», reflecte Rui Patraquim.
A próxima grande tendência, de acordo com o mesmo profissional, será o uso de pagamentos biométricos, como o reconhecimento facial ou da palma da mão, eliminando por completo a necessidade de cartões. A Mastercard acredita que esta será a norma nos próximos 10 anos, apesar dos custos actuais ainda serem elevados. Em termos de protecção de dados, a utilização de biometria, tal como já acontece em alguns aeroportos, não compromete a legislação europeia, pois representa apenas uma forma segura de validar a identidade, permitindo processos mais rápidos e eficientes, como o embarque automático. «Acho que vai ser uma adopção gradual. Recentemente, lançámos os pagamentos biométricos na Polónia e estamos a trabalhar para lançar em França», exemplifica.
Sobre a forma como as pessoas pagam, «prevemos que, até 2027, as digitals wallets aumentem. A Mastercard acredita que a forma mais segura de fazer pagamentos online passa por não estar sempre a introduzir os dados de cartão e, em vez disso, usar tokens. «A pessoa até pode introduzir os dados do cartão, mas são gerados os tokens, que são posteriormente guardados naquele comerciante para a finalidade daquela compra. Aliás, até 2030, temos o objectivo de acabar com a introdução de dados manuais em compras. Com essa missão, estamos a trabalhar com todos os bancos para que isso se transforme em realidade.»
O “Click to Pay”, outra tendência, é uma solução desenvolvida de forma colaborativa entre todos os sistemas de pagamento, seguindo a norma EMVCo, com o objectivo de desmaterializar os cartões físicos até 2030 e simplificar os pagamentos online. Tal como aconteceu anteriormente com o standard contactless, esta iniciativa procura criar um modelo universal para pagamentos remotos e a ideia surgiu da observação de comportamentos dos consumidores: De acordo com a pesquisa global da Mastercard**, cerca de 70% dos utilizadores preferem comprar online como convidados, evitando registos para não receberem comunicações indesejadas. Além disso, mais de metade abandona o carrinho quando precisa de inserir os dados do cartão — muitas vezes porque não tem o cartão no momento da compra, especialmente quando as compras são feitas de forma mais casual, como no sofá.
Com base nestas conclusões, o “Click to Pay” foi pensado para tornar o processo de checkout mais simples e seguro.
Rui Patraquim apresentou, ainda, projectos inovadores da empresa no sector dos pagamentos biométricos, com foco na utilização de tecnologias como reconhecimento facial, de íris e de mãos para facilitar o pagamento, principalmente em contexto de retalho e self-service. Foi o caso do projecto “Pay With Your Smile”, no Brasil, que teve uma grande adesão e demonstrou benefícios como redução de filas, aumento da fidelização e simplicidade no processo de pagamento, sem necessidade de cartões ou telemóveis.
Foram destacados também projectos com o Turismo de Portugal, e com a Grécia e Málaga, onde foram aplicadas tecnologias de IA para análise de fluxos turísticos, gestão de horários comerciais e promoção de regiões menos conhecidas. Futuro: Um trabalho global com foco local Por agora, mais detalhes ficam ainda “no segredo dos deuses”, mas o caminho está claramente definido: «Queremos continuar a investir em inovação, tecnologia e experiência do consumidor, garantindo soluções modernas, eficazes e ajustadas à realidade das empresas e dos seus colaboradores», defende Pedro Barbosa.
Esta cooperação com a Mastercard, uma empresa que traz uma experiência internacional, para uma área em desenvolvimento e que tecnologicamente está a evoluir muito rapidamente, é uma aposta para manter. «É essencial ter um parceiro internacional que traga todas as experiências que existem lá fora e que nos permitam, a nós, olharmos para o mercado e trazer inovação e diferenciação. É isso que procuramos com esta colaboração», adianta o Presidente da Ticket Restaurant de Portugal.
Apesar da presença global da Mastercard, o trabalho realizado com a Ticket Restaurant de Portugal está centrado em Portugal. O objectivo é, a partir da realidade nacional, preparar a empresa para competir de forma mais eficaz num mercado em mutação, sem perder de vista a possibilidade de aplicar essa estratégia noutros mercados, caso se justifique. «É em Portugal que estamos a desenvolver este projecto com a Ticket Restaurant de Portugal. Claro que, se houver oportunidade, poderá ser replicado noutros países, mas por agora o foco é totalmente nacional», conclui Rui Patraquim.
O artigo foi publicado na edição de Maio (nº. 173) da Human Resources, nas bancas.
Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.