Trabalha muitas horas? Veja quanto isso aumenta o risco de doença (ou pior)

O stress laboral é prejudicial a vários níveis, tanto físicos como psicológicos, e requer que estejamos atentos às práticas diárias de forma a reduzir as probabilidades de contrair doenças. Segundo o “Relatório do Custo do Stress e dos Problemas de Saúde Psicológica no Trabalho“, elaborado pela Ordem dos Psicólogos, existe mais de 35% de probabilidade de contrair um ataque cardíaco assim como de diagnóstico de uma doença física.

 

Longas horas de trabalho, 55 ou mais, representam também um aumento de 17% no risco de morrer com um problema cardíaco, quando comparado com horários de trabalho de 35 a 40 horas, indica a Organização Mundial de Saúde e a Organização Internacional do Trabalho, ao concluir que elevadas exigências laborais significam uma maior probabilidade de diagnóstico de uma doença física em 35%.

Segundo o Programa Nacional para as Doenças Cérebro-Cardiovasculares, cerca de 30% das mortes em Portugal são provocadas por doenças cardiovasculares, onde o stress é um dos grandes factores de risco. De salientar também que a mortalidade por Doença Isquémica Cardíaca mantém-se inalterada há 5 anos, com um agravamento da mortalidade prematura, abaixo dos 70 anos.

 

O sector mais preocupante

Existem áreas onde o stress laboral é particularmente preocupante, como acontece na saúde, o que se agravou com a pandemia. Em 2020, 44,8% dos profissionais de saúde apresentaram sinais de sofrimento psicológico e 32,1% atingiu burnout, avança o Relatório. Porém, o documento aponta que, mesmo antes do aparecimento do coronavírus, os trabalhadores deste sector já trabalhavam em contextos exigentes e, como tal, foram acumulando exaustão e sobrecarga laboral.

O stress no trabalho, que pode ser resultado de diversas situações, surge quando alguém sente que as exigências são maiores do que as capacidades ou quando as expectativas são poucas ou nenhumas, informam os psicólogos ao exemplificar quando um funcionário tem demasiadas tarefas para realizar em pouco tempo ou, pelo contrário, quando não tem nada para fazer.

As más condições laborais, tais como muito barulho, pouca luz, equipamento ou mobiliário desadequado ou perigoso, levam a que este sentimento se desenvolva assim como o fraco apoio por parte da gestão. Ter receio de ser despedido e sentir dificuldade em equilibrar a vida profissional com a familiar pode também estar na origem deste problema.

O documento publicado pela Ordem dos Psicólogos aplica-se apenas a empresas não financeiras, excluindo-se o sector de Administração Pública, e refere-se só a custos indirectos do stress e dos problemas de saúde psicológica, nomeadamente ao absentismo e ao presentismo.

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