Três notas para o Futuro!

Por Ricardo Florêncio

 

Há muito tempo que não se assistia a este corrupio de mudanças de pessoas nas empresas. Todos os dias vemos pessoas a mudar de emprego. E se já estávamos habituados a esta situação em tudo o que estava relacionado com a área de conhecimento, das TI à Data Science, passando por todas as áreas de Analytics, agora é muito transversal. Se por um lado é demonstrativo de vitalidade, é também um sinal claro de escassez de recursos. As pessoas estão mais exigentes, querem novos desafios, mas também mais e melhores condições, e algumas bem diferentes daquelas que as empresas estavam habituadas a oferecer.

Contudo, existe um conjunto de sectores de actividade que não consegue mesmo contratar e no qual a falta de mão-de-obra é notória. Dir-se-á que pagam pouco, e talvez seja esse um dos lados da perspectiva. Mas não nos podemos esquecer da diferença substancial que existe entre o que as pessoas levam para casa e aquilo que cada uma custa realmente às empresas. E aqui, é quase sempre uma conversa inglória, pois o que importa na verdade às pessoas é o dinheiro que têm disponível para face às suas despesas.

Sendo assim, quais os caminhos que têm de ser seguidos para se alterar esta situação? Deixo aqui três notas. Por um lado, se há escassez de recursos, e atendendo ao envelhecimento da nossa população, temos de ir buscá-los a outros países. No entanto, para que isso seja possível, a carga de impostos sobre o trabalho tem de ser revista. Na situação actual, as empresas não conseguem competir com outros mercados. E aqui entra também a questão da legislação laboral hoje existente. Tem de ser revista rapidamente, de modo a responder a todas as mudanças que ocorreram nestes últimos anos, adaptando-a a estas novas realidades.

E sim, 2022 será mesmo o ano de todos os desafios!

Editorial publicado na revista Human Resources nº 136, de Abril de 2022

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