Três sugestões para gerir a mudança

Opinião de Catarina Quintela, Director of Corporate Solutions na Porto Business School

 

Entramos num período recetivo a reflexões sobre as mudanças e transformações que pretendemos fazer na rentrée sejam elas nas rotinas familiares, na forma de trabalho, na equipa, na organização ou no negócio.
Particularmente, as empresas e os negócios vivem em alterações permanentes de tal modo, que uma das competências que mais nos pedem para trabalhar nas lideranças é a capacidade para gerir a mudança.
São múltiplos os fatores que levam a transformações nas empresas desde mudanças nas preferências dos clientes, avanços tecnológicos, concorrência crescente ou novas tendências, pressões económicas e alterações geopolíticas, a vontade dos acionistas de crescer ou entrar por outras áreas e modelos de negócio, as necessidades de eficiência, novas lideranças, a necessidade de captação e fidelização de talento, um processo de sucessão, fusões e aquisições ou ainda um crescente foco na sustentabilidade.
Tal como as pessoas, as empresas e os negócios que não mudam, têm a morte anunciada. Mudar faz parte do ciclo da vida das pessoas e dos negócios. Para que a mudança seja bem-sucedida selecionaria três aspetos a ter em consideração:

1. Comunicar, comunicar e comunicar

É importante comunicar claramente a necessidade, explicando aos colaboradores a razão, os benefícios esperados e o impacto positivo nos negócios e nas pessoas. A comunicação deve ser transparente para ganhar a confiança e o apoio dos colaboradores. É importante lembrar que, sem o envolvimento e motivação das pessoas, a transformação não acontece.
As organizações e os negócios mudam COM as pessoas e não AS pessoas. E, já agora, e de uma forma simplista, podemos afirmar algo que ouvi no passado que raramente as pessoas são resistentes à mudança, mas são, isso sim, resistentes a serem mudadas. Isto é, sem serem envolvidas, ouvidas, perceberem os benefícios, e poderem contribuir de algum modo para o processo.

2. Liderança

É importante que o líder demonstre entusiasmo, confiança e compromisso com os objetivos estabelecidos, funcionando como um modelo a seguir. Deve preparar-se para a resistência e estar disponível para ouvir as preocupações dos colaboradores, agindo com compaixão e focado nos benefícios.
Envolva os colaboradores: Inclua as pessoas no processo, pedindo as suas opiniões e ideias. Isso fará com que se sintam valorizados e motivados a apoiar a transformação.
Paralelamente, é importante celebrar as pequenas vitórias ao longo do caminho para manter o compromisso da equipa.

3. Aprendizagem

A aprendizagem deve acontecer durante e após toda e qualquer transformação. É importante disponibilizar formação e suporte adequados para ajudar os colaboradores a adquirirem as competências necessárias para se adaptarem às novas realidades. No final, avalie os resultados e aprenda com os sucessos e desafios. Use essas aprendizagens para futuras iniciativas de mudança.
Lembrando que cada empresa e situação são únicas, e que o processo para enfrentar mudanças pode variar, é muito importante manter a flexibilidade e disponibilidade para adaptar o plano conforme necessário, pois os negócios são feitos por pessoas e nem tudo ocorrerá conforme o previsto, mas o foco deve ser no objetivo que se pretende atingir.

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