Três tácticas para ajudar os líderes a enfrentar o medo (sim, não é o único)

Tendo em conta a situação de pandemia e de eminente declínio económico que se perspectiva à escala global, há um nível crescente de medo que se pode instalar nas organizações. O alerta é de Ricardo Martins, director Geral da Cegoc, que avança três dicas para o superar.

 

De acordo com o responsável isso vai accionar um conjunto de mecanismos com efeitos colaterais nocivos que impactam dramaticamente a produtividade das pessoas e a performance geral das equipas.

Ricardo Martins não tem dúvidas que em circunstâncias como as actuais, o pior que um líder pode fazer é deixar os seus stakeholders a terem que conviver com o caos, a desordem, a indecisão ou indiferença. É numa altura como esta que as Organizações mais precisam das suas pessoas, e que estas possam acreditar nas suas lideranças.

O director-geral da Cegoc partilhou por isso três tácticas, que poderão ser úteis para conduzir as  equipas e as suas acções durante os próximos tempos.

1 – Seja honesto sobre a situação da organização
Em tempos difíceis, é mais importante do que nunca ser honesto e transparente. Por outras palavras, não procure dourar a pastilha para amortecer o golpe. Deixe que as pessoas saibam em tempo útil, a real situação da empresa e do mercado. Uma forma de ajudar a sua equipa a enfrentar o medo passa por enquadrar as pessoas, com frequência e honestidade, sobre as iniciativas tomadas para mitigar riscos e, acima de tudo, usar uma linguagem clara para explicar os comportamentos em que todos devem concentrar os seus esforços, com vista a criar um ambiente tranquilizador junto dos clientes.

 

2 – Investir na criação de um espaço seguro
Se há lição que aprendi com aqueles que no passado me lideraram com sucesso, durante a última crise global foi o seu compromisso com o propósito e valores fundamentais da Organização, sem resvalar para o facilitismo de culpabilizar outros pelo que nos estava a acontecer.

Deixe que os seus colaboradores saibam que quer ouvir a sua opinião e diga-lhes de forma clara que aceita de bom grado toda a ajuda e boas ideias que possam ter para ajudar a ultrapassar esta fase.

Encoraje o debate sobre formas de melhorar o serviço, encontrar novos negócios ou melhorar processos, mesmo que isso possa “abanar” algumas crenças estabelecidas. Quando os colaboradores sabem que os seus líderes estão dispostos a testar novas estratégias para ultrapassar os tempos difíceis e os encorajam a contribuir para essa missão, isso gera um nível acrescido de compromisso o que propicia um estado de maior optimismo entre as equipas e uma cultura de maior confiança na Organização.

 

3 – Usar e abusar da gratidão
É nos piores momentos que devemos enaltecer e reconhecer cada vitória e passo dado na direcção desejada. Vários estudos revelam que as organizações que apresentaram melhor desempenho durante épocas de recessão, demonstram uma propensão significativamente superior, em mostrar gratidão aos colaboradores pelos seus esforços do que organizações que tiveram desempenhos fracos ou medíocres.

A capacidade aparentemente difusa, mas calorosa de agradecer publicamente e com autenticidade aos colaboradores pelo que estão a fazer neste momento pela Organização, tangibiliza o valor que trazem e instala uma sensação de esperança e partilha que contagia positivamente as suas equipas e, em última instância, o resto da Organização.

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