Três tendências (irreversíveis) para o futuro do trabalho

O Rep.Circle – The Reputation Platform, centro de conhecimento para a Reputação Corporativa fundado em 2019 pela Lift Consulting, está a promover um ciclo de debates com vista à co-construção do Corporate Code for Reputation Excellence, um documento orientador com foco na gestão de uma boa reputação corporativa.

 

Para a sessão dedicada ao ambiente de trabalho foram convidadas oito personalidades de diferentes sectores de actividade, ligadas à gestão de recursos humanos, com o objectivo de identificar os principais desafios nesta área. Partindo deste princípio, foram identificadas ao longo do debate três linhas de acção que lançam pistas sobre o futuro do trabalho:

 

1. Melhorar a experiência do colaborador com uma visão holística do bem-estar: físico, emocional, financeiro, social e profissional
Alguns exemplos concretos passam pela segurança (física e psicológica), igualdade no acesso a oportunidades, remuneração justa, promoção da diversidade e inclusão – medidas que são frequentemente citadas, mas que nem sempre correspondem à realidade da operação. Não menos importante é a dimensão técnica desta experiência, já que a rápida evolução dos padrões de consumo e dos meios de produção vieram reforçar a necessidade de capacitação das equipas.

Neste novo paradigma, conceitos como upskilling e reskilling são fundamentais para responder à digitalização e à reconfiguração de alguns sectores de actividade. Nesta medida, a resiliência é um atributo essencial para responder a crises como a que ainda atravessamos, mas a ambição de voltar ao ponto de partida é curta e contrariada, mais uma vez, pelos factos, um estudo conduzido pela AON revela que 4% de incremento na performance de bem-estar é responsável por mais 1% de lucro e por uma redução de 1% no turnover. Existe, por isso, uma relação directa e tangível entre o investimento nas pessoas e os resultados financeiros da empresa, um círculo virtuoso que lança pistas importantes sobre o futuro do trabalho.

 

2. Incorporar as boas práticas na cultura da organização e aplicá-las de acordo com as necessidades do negócio
Esta correlação entre os valores da organização e a sua gestão de pessoas é fundamental, já que a evolução destas políticas exige, não raras vezes, um esforço de adaptação conjunto e a convicção de que a mudança trará benefícios a toda a empresa. Exemplo disso são, por exemplo, os códigos de conduta e whistleblowing, assentes em princípios como a transparência e lealdade.

Do mesmo modo, medidas relacionadas com recrutamento inclusivo, diversidade ou adopção de novos modelos de trabalho serão tão mais efectivas quanto mais presentes estiverem no ADN da empresa. Embora não existam soluções universais, parece consensual a necessidade de conhecer as equipas e procurar o equilíbrio entre as necessidades do negócio e as expectativas dos colaboradores, na certeza de que só passando da teoria à prática se podem atingir resultados efectivos.

 

3. Promover uma comunicação transparente e eficaz, que permita consolidar as relações entre colaboradores e envolvê-los na construção de um ambiente de trabalho seguro e saudável
Esta relação de confiança constrói-se com base na transparência, tão importante como comunicar as medidas implementadas, é auditar os resultados e clarificar o seu impacto a curto, médio e longo prazo. É o respeito por estes princípios que converte os colaboradores em embaixadores, permitindo que influenciem positivamente outros stakeholders – um movimento decisivo na construção de uma boa reputação corporativa e na resposta a um dos muitos desafios deixados pela pandemia, a atracção e retenção de talento.

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