Um mundo assustador: um call to action, em nome das pessoas!

Por António Saraiva, Business Development Manager na ISQ Academy

 

Assustador. Não é propriamente a expressão mais positiva para se caraterizar o mundo em que vivemos. E não nos cingimos apenas à guerra na Ucrânia, quer pelo carater de non sense que a mesma representa, nem pelo que a mesma representa na devastidão de um País. A verdade é que o Verão que estamos a viver está a ser assustador em muitas outras vertentes. Se aliarmos aqui a análise ao The Global Risks Report 2023 do World Economic Forum, baseado no Perception Survey 2022-2023, facilmente perceberemos que estamos no caminho errado e que os impactos para a Humanidade podem mesmo ser devastadores.

Este relatório que apresenta desde logo o ranking da severidade dos dez riscos globais para o curto (a 2 anos) e a longo prazo (a 10 anos), deve ser equacionado não como mais um paper, como está na moda afirmar-se, mas como um conjunto de alertas mais que fundamentais para se agir. Como se usa dizer, não os considerar é brincar com coisas demasiado sérias! E reforçamos o assustador, porque o curto prazo significa… já hoje! Custo de vida elevadíssimo, desastres naturais, fenómenos climáticos extremos, confrontos geoeconómicos, erosão da coesão social, insegurança cibernética, recursos naturais críticos e migrações involutárias de larga escala é o que nos estamos a controntar diariamente com notícias nos media.

Tudo está a acontecer demasiado depressa. A perceção do que poderia acontecer no espaço de dois anos é a atualidade e a perceção para o prazo de dez anos, não só se revelam com potencial de curto prazo, como já existem indicadores de que começam já a acontecer. Impõe-se a pergunta: que planeta vamos ter a muito breve trecho? O que verdadeiramente estamos a construir para as Pessoas, em particular para os descendentes das gerações atuais? O mais curioso é que pensámos que a recente pandemia tinha funcionado como um verdadeiro alerta para não dormirmos na formatura. Afinal, achamos que seria bom mantermos a adrenalina em alta e corrermos ainda mais riscos.

Sabemos de antemão que uma guerra na Europa, podia trazer uma escalada inflacionista, e em consequência uma nova era económica iria evoluir. Previa-se que a fragmentação geopolítica podia acontecer, gerando maior número de conflitos e o desencadear de um crescimento de interesses particulares. Era previsível que a tão necessária e inevitável transformação digital, traria riscos de insegurança tecnológica. Estávamos conscientes que quase nada se fez para mitigar os riscos climáticos e que, antes pelo contrário, os exponenciámos. Estamos a perder a biodiversidade e a provocar o colapso de ecossistemas relevantes. Tudo isto, logicamente, afeta as pessoas. Como as alimentamos e reduzimos a pobreza? Estamos com isto tudo, também, a aumentar fenómenos migratórios involuntários que geram milhares de mortes.

Incêndios como os do Canadá, Havai ou Tenerife, cheias como as da Eslovénia e Noruega, são alguns exemplos. Mas também as mortes de naufrágios em Lampedusa, ou na guerra na Ucrânia. Já para não falarmos no aumento de despedimentos coletivos em muitas empresas. Claro que há sempre quem ganhe com isto tudo. Indústria como a do armamento está em alta, mão de obra barata continua a ser uma realidade, fenómenos de populismo e de extremismos ganham vantagem, só para se referirem alguns impactos. Assustador, sem dúvida! Mas acima de tudo um CALL to ACTION! Em nome das PESSOAS!

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