Uma cultura de growth mindset

A cultura interna da Microsoft baseia-se numa máxima de growth mindset, segundo a qual qualquer pessoa pode crescer e desenvolver-se. E é a comunicação que alimenta esta máxima.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Sérgio Miguel

 

A Microsoft está a passar por uma transformação cultural e, conscientes de que a forma como comunicam internamente tem impacto no quotidiano dos colaboradores, a comunicação assume um papel fundamental neste processo. Vanda de Jesus, directora de Marketing, Comunicação e Relações Públicas da Microsoft Portugal, salienta que, mais importante do que a forma como comunicam, é o “walk the talk”, ou seja, fazerem de facto o que comunicam.

 

Qual a importância e posicionamento que a Comunicação assume na Microsoft? Qual o papel que desempenha nos objetivos da empresa?

Numa empresa cuja máxima é “capacitar todos os indivíduos e organizações a atingir o seu máximo potencial” é impossível descurar a comunicação. A Microsoft, embora seja uma empresa de tecnologia, não tem interesse na tecnologia pela tecnologia, se não servir o propósito de nos elevar a todos. A forma como comunicamos internamente tem impacto no quotidiano dos colaboradores; a forma como comunicamos externamente reflecte o posicionamento que queremos ter no mercado. Estamos a atravessar uma transformação cultural na companhia e isso transparece na forma como o nosso CEO Satya Nadella comunica, tendo, por exemplo, Q&A mensais com os colaboradores. A cultura interna da companhia é balizada pela máxima de growth mindset, e baseia-se na ideia de que qualquer pessoa pode crescer e desenvolver-se, o potencial de cada um pode ser cultivado e enriquecido e toda a gente pode mudar o seu mindset. A melhor forma de alimentar esta máxima é com comunicação. Na liderança, no risco, nos erros, em todo o processo de tomada de decisão, a comunicação vai ser decisiva para o resultado final.

 

Quais os pilares estratégicos em que assenta a vossa política de Comunicação Interna?

Diria que são quatro: compreender as pessoas, mantê-las informadas, dar voz aos colaboradores e disponibilizar-lhes as melhores ferramentas. Parece simples, mas se olharmos, com detalhe, para cada um deles percebemos que: o primeiro requer a recolha, protecção, gestão e análise de quantidades imensas de dados, que podemos transformar em conhecimento, dando-nos uma ideia mais ajustada das pessoas que compõem a empresa e podendo tirar resultados efectivos daí; o segundo capacita os colaboradores com competências que o habilitam a ser cada vez mais o rosto da companhia; o terceiro dá espaço aos colaboradores para sentirem a cultura inclusiva que se vive na empresa e partilharem ideias inovadoras; por último, aceleramos a produtividade através de todas as ferramentas tecnológicas e de comunicação disponíveis no mercado.

 

A Microsoft está, poderá dizer-se, no epicentro da revolução tecnológica. Como tem a tecnologia influenciado a forma de comunicarem com os vossos colaboradores?

Na Microsoft temos acesso à tecnologia meses antes de a disponibilizarmos ao mercado. O Skype for Business, por exemplo, permite-nos ter reuniões remotas com colaboradores, clientes e parceiros. Isto implica menos custos com deslocações, menos tempo perdido em viagens, menos impacto para o meio ambiente. A co-edição de documentos, por equipas diferentes, em geografias distintas, mostra-nos que embora actuemos à escala global, não há fronteiras. Podermos comunicar diariamente com colaboradores através do Teams. Ferramentas como o OneNote permite-nos organizar todo o tipo de conteúdos da nossa vida profissional e pessoal, partilhando os mesmos com as equipas com quem trabalhamos e diminuindo a nossa pegada ecológica. Temos a possibilidade de ter tudo na cloud, em segurança e com acesso a partir de qualquer dispositivo. Fazemos inquéritos de satisfação internos no Microsoft Forms e trabalhamos os dados em dashboards de Power BI que nos dão resultados em tempo real… Tudo ferramentas essenciais que nos libertam tempo na agenda para fazermos aquilo que realmente nos apaixona.

 

A tecnologia traz um mundo de novas oportunidades, mas também muitos desafios.  Num contexto de maior mobilidade e flexibilidade, como asseguram a coesão da cultura empresarial, por exemplo?

A cultura que se vive na Microsoft adquire-se, mas impregna-se. Não precisamos de estar no mesmo espaço para a respirarmos. É precisamente poder estar em qualquer local do mundo e ter sempre presente os princípios que norteiam a nossa actividade. Além disso, as ferramentas que mencionei são, muitas delas, de produtividade, de colaboração e promovem a comunicação entre colaboradores. Adicionalmente, temos acesso a eventos internacionais, reuniões de equipa externas ao edifício, entre outras fórmulas que se têm revelado um sucesso. Desde que promovemos esta mudança para um ‘modern workplace’, o índice de satisfação dos colaboradores disparou 15%. Temos ainda indicadores internos que nos mostraram que o poder trabalhar de qualquer local, com maior flexibilidade e liberdade, aumentou em 12% a efectividade das equipas.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Novembro da Human Resources Portugal.

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