Uma visão sobre o novo paradigma laboral

O actual panorama laboral a nível global é retratado no relatório “Time to Act – Creating a new social contract for work in 21st century”, do Grupo Adecco, analisando-se as mudanças no mercado laboral e as novas formas de trabalho existentes.

 

Um dos dados que se tem mantido ao longo dos anos é o facto de a maioria dos trabalhadores desejar estar vinculado a uma empresa com um contrato de trabalho. No Japão, em 2016, cerca de 58% da força de trabalho, incluindo executivos, tinham um contrato de trabalho directo, sem termo e full-time. Nos EUA, a proporção ronda os 60%.

As maiores alterações no panorama laboral relaciona-se com o trabalho em part-time. Na União Europeia (concretamente, na Europa dos 15), aumentou de 13,6%, em 1990, para 23,5%, em 2016. Nos EUA, o crescimento foi menos pronunciado, de 16,9%, em 1990, para 18,3%, em 2016, o que significa que uma em cada cinco pessoas empregadas não trabalham em tempo integral. Já no Japão, a proporção de trabalhadores temporários subiu de 16,3%, em 2000, para 22,8% em 2016.

No que respeita aos trabalhadores por conta própria, os números são ambíguos, mas este tipo de trabalho continua a representar uma parte substancial do emprego total: na Europa, representa cerca de 15% da força de trabalho.

De destacar que  estão a surgir, e a crescer, novos tipos de trabalho, como a partilha de colaboradores, a partilha de trabalho e o trabalho colaborativo. Em França, por exemplo, cerca de 0,2% da força de trabalho está envolvida em esquemas de partilha de funcionários e na Hungria, depois de dois anos de acordos com aprovação regulatória, o número atingiu 0,1%. Estes números podem parecer pequenos, mas uma mudança de 1% na força de trabalho da UE afecta mais de 1,5 milhões de pessoas.

Carla Rebelo, diretora-geral da Adecco em Portugal, defende que «envolver todos os quadrantes da sociedade na mudança de um paradigma de trabalho que não tem a flexibilidade suficiente para responder às necessidades da economia actual é fundamental. As forças políticas, entidades reguladoras, entidades empregadores, trabalhadores e demais atores socioeconómicos necessitam de reflectir e encontrar soluções para um mercado de trabalho mais sustentável e competitivo, gerando uma economia mais competitiva e saudável», conclui.

 

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