Universidade EDP: Um factor de promoção e de evolução cultural

Ao fim de uma década de vida, a Universidade EDP continua a procurar posicionar-se como uma universidade corporativa de referência e como um agenda de mudança, que promova a evolução da empresa, ajudando a dar resposta aos desafios actuais do mercado.

 

Após 10 anos de existência, data celebrada recentemente, a Universidade EDP apresenta um balanço de crescimento e consolidação em termos de oferta formativa, adaptando-se sempre à evolução das necessidades do grupo que serve. Em entrevista, Carlos Mata, director-geral da Universidade EDP, explica os desafios e as expectativas relativamente ao futuro da instituição.

 

Uma década depois, a que necessidades dá hoje a Universidade Corporativa da EDP resposta?

A Universidade EDP festejou de facto recentemente o seu décimo aniversário. O balanço que se pode fazer destes 10 anos é de crescimento e consolidação em termos de oferta formativa, adaptando-se sempre à evolução das necessidades do grupo que serve.

Através de um conjunto de Escolas Funcionais (Escola de Produção, Escola de Distribuição, Escola de Renováveis, Escola Comercial e Escola de Gestão de Energia), cada qual intimamente ligada a uma unidade de negócio, a Universidade EDP preserva, actualiza e dissemina o seu conhecimento técnico.

Através de Escolas Transversais (Escola EDP e Escola de Desenvolvimento de Diretivos), orientadas para os quadros directivos ou para todos os colaboradores, independentemente da sua área de negócio, cria um quadro de conhecimento que deve ser comum a toda a empresa, em temas como o digital, a liderança, a ética, a sustentabilidade, a estratégia, a gestão, as ferramentas comportamentais, a visão global do negócio, entre outros.

A Universidade EDP procura também dinamizar outras práticas de gestão do conhecimento, em conjunto com as unidades de negócio, como forma de potenciar o capital de conhecimento existente na empresa.

 

Até que ponto é a Universidade EDP um veículo para a difusão da estratégia do Grupo?

A Universidade EDP tem que ser um veículo para a promoção e difusão da estratégia do Grupo. Por um lado, essa estratégia da empresa também se traduz numa estratégia de Recursos Humanos, pela qual se definem nos diversos segmentos da população da empresa em valências específicas que deverão ser desenvolvidas. Cabe à Universidade EDP promover uma oferta formativa que permita esse desenvolvimento.

Por outro lado, a estratégia da empresa reflecte-se na sua actuação e das diversas unidades de negócio, e a própria formação ministrada nas Escolas Funcionais ou Transversais, tem que ir evoluindo para traduzir a transmissão das linhas estratégicas que a cada momento a EDP vai adoptando.

 

Continua a Universidade EDP muito ligada aos negócios? Se sim, de que forma?

A Universidade EDP tem, desde o seu início, uma ligação muito próxima com os negócios, através das sucessivas Escolas Funcionais que corporizam a formação referente a cada área de negócio.

Essas escolas têm sempre como director um responsável ao mais alto nível dessa unidade, os responsáveis de curso e os docentes são, na sua quase totalidade, pessoas do negócio que desenvolvem e apresentam os seus próprios conteúdos, para um universo de alunos do negócio ou de áreas que com ele lidem de forma mais próxima. Nestes 10 anos, cerca de 1650 pessoas internas aos negócios deram aulas, as quais tiveram mais de 550 mil participações. Os números falam por si.

 

Como acha que as diferentes gerações encaram a Universidade EDP?

Sendo eu próprio docente há muitos anos em cursos da Universidade EDP, a minha experiência diz-me que tanto as gerações mais novas como as menos novas têm um grande interesse pela aprendizagem, valorizando a sua formação e vendo na sua grande maioria a Universidade EDP como um agente de mudança e os cursos para os quais são convocados como uma oportunidade.

Claro que diferentes fases da vida resultam em diferentes interacções durante a formação. Um aluno mais experiente em termos profissionais poderá debater com maior profundidade certas matérias com os docentes, enquanto um aluno mais jovem poderá ser mais curioso em relação aos aspectos essenciais da formação que lhe é dada.

Estamos também atentos a que as gerações mais jovens esperam formatos cada vez mais digitalizados de ensino, pelo que a Universidade EDP tem vindo a trabalhar progressivamente mais com “e-learning” e formação “blended”.

 

Considera que a Universidade EDP consegue dar resposta às diferentes gerações? Se sim, de que forma?

Creio que sim. A Universidade EDP tem oferta para todas as fases da carreira dos colaboradores da empresa: desde o acolhimento, até à preparação para a reforma. Oferece formação técnica, comportamental, de gestão ou de liderança, orientada para a população em geral, para os diversos níveis de gestão e para o talento. Certamente esta oferta tem que ir ela própria evoluindo em função das necessidades da empresa e do “mix” da procura, e ir incorporando novas temáticas e novas tecnologias.

 

De que forma a Universidade EDP se quer posicionar nos próximos 10 anos?

A Universidade EDP continuará a procurar ser uma Universidade Corporativa de referência. Isto implica não descurar aqueles que foram os seus pontos fortes no passado, a amplitude da oferta e o forte vínculo aos negócios.

Implica sim, num sector em que a mudança é hoje a única constante, ter uma permanente capacidade de adaptação. Tal obriga a um entendimento permanente das novas necessidades e uma capacidade de mudar e de entregar essa mudança.

Para esse efeito, a Universidade EDP tem que reforçar a abertura à empresa e ao exterior, trabalhando mais proximamente com os negócios e com as áreas corporativas, em particular na sua componente de gestão de recursos humanos.

Tem, por outro lado, que estar atento à oferta existente “lá fora”, comparando e fazendo “benchmarking”, e reforçando o contacto com universidades de referência e outras entidades formativas com programas de qualidade.

Finalmente, tem que ter processos cada vez mais flexíveis, robustos e acessíveis aos utilizadores, sejam docentes ou alunos, nomeadamente pela sua digitalização, continuando neste aspecto um caminho que vem desenvolvendo nos últimos anos.

 

Que tendências deve a Universidade EDP seguir para garantir o seu posicionamento como uma das melhores Universidades Corporativas?

Deve ter uma oferta ligada ao negócio, transversal a todos os segmentos da empresa, a todas as fases da carreira dos colaboradores, procurando uma consistência pedagógica e a evolução dos formatos oferecidos.

Deve ser uma ferramenta de execução da estratégia da empresa, um factor de gestão do talento e de disseminação da inovação existentes na empresa. Deve estar orientada para o exterior para trazer para dentro o que de melhor lá se faz. Em suma, de ser um factor de promoção e evolução cultural da empresa que serve.

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Academias Corporativas”, publicado na edição de Março.

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