Usa o ChatGPT para fins profissionais? Cuidado, porque acarreta riscos. Veja quais (e como os evitar)

Cada vez mais profissionais usam e confiam no ChatGPT e outras ferramentas para a realização de tarefas.  No entanto, a crescente integração dos chatbots no local de trabalho suscita uma questão crucial: podem ser-lhes confiados dados empresariais sensíveis? A Kaspersky identificou cinco riscos principais associados à utilização do ChatGPT para fins empresariais.

 

Ora veja quais são:

Fuga de dados ou pirataria do lado do fornecedor

Embora os chatbots fundamentados em Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) sejam geridos por grandes empresas de tecnologia, não estão isentos de serem alvo de pirataria informática ou de sofrerem fugas de dados acidentais. Por exemplo, registou-se um incidente em que os utilizadores do ChatGPT puderam aceder indevidamente a mensagens do histórico de conversação de outros.

 

Fuga de dados através de chatbots

Teoricamente, as conversas com chatbots podem ser utilizadas para treinar modelos futuros. Considerando que os Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) são susceptíveis à “memorização não intencional”, onde eles lembram sequências únicas, como o número de telefone, que não melhoram a qualidade do modelo, mas apresentam riscos de privacidade, quaisquer dados introduzidos no corpus do treinamento podem, inadvertida ou intencionalmente, ser acedidos por outros utilizadores a partir do modelo.

 

Cliente malicioso

Esta é uma grande preocupação em locais onde os serviços oficiais como o ChatGPT estão bloqueados. Os utilizadores podem recorrer a alternativas não oficiais como programas, sites ou bots de mensagens e descarregar malware disfarçado de cliente ou aplicação não existente.

 

Pirataria de contas

Os atacantes podem entrar nas contas dos colaboradores, acedendo aos seus dados, através de ataques de phishing ou de preenchimento de credenciais. Além disso, a Kaspersky Digital Footprint Intelligence encontra regularmente publicações em fóruns da dark web que vendem acesso a contas de chatbot.

 

Em resumo, a perda de dados é uma preocupação significativa em termos de privacidade, afectando tanto utilizadores individuais quanto empresas que fazem uso de chatbots.

A análise da Kaspersky a chatbots populares, incluindo o ChatGPT, ChatGPT API, Anthropic Claude, Bing Chat, Bing Chat Enterprise, You.com, Google Bard e Genius App da Alloy Studios, revelou que, no sector B2B, existem padrões de segurança e privacidade mais elevados, dados os elevados riscos associados à exposição de informações empresariais.

Consequentemente, os termos e condições para a utilização, recolha, armazenamento e processamento de dados estão mais centrados na protecção, em comparação com o sector B2C. As soluções B2B deste estudo normalmente não guardam automaticamente os históricos de conversação e, em alguns casos, nenhum dado é enviado para os servidores da empresa, uma vez que o chatbot funciona localmente na rede do cliente.

«Depois de examinarmos os potenciais riscos associados à utilização de chatbots baseados em LLM para fins profissionais, descobrimos que o risco de fuga de dados sensíveis é maior quando os funcionários utilizam contas pessoais no trabalho», refere Anna Larkina, especialista em segurança e privacidade da Kaspersky.

«Este facto torna a sensibilização dos funcionários para os riscos da utilização de chatbots uma prioridade máxima para as empresas. Por um lado, os funcionários precisam de compreender que dados são confidenciais ou pessoais, ou constituem um segredo comercial, e por que razão não devem ser fornecidos a um chatbot. Por outro lado, a empresa deve definir regras claras para a utilização desses serviços, se é que são permitidos», acrescenta.

Para continuar a obter os benefícios da utilização de chatbots e manter-se seguro, os especialistas da Kaspersky também recomendam:

  • Utilize passwords fortes e únicas: Crie palavras-passe complexas para cada uma das suas contas e evite utilizar informações facilmente adivinháveis, como datas de aniversário ou nomes.
  • Cuidado com o phishing: Tenha cuidado com e-mails, mensagens ou chamadas não solicitadas que peçam informações pessoais. Verifique a identidade do remetente antes de partilhar quaisquer dados sensíveis.
  • Instrua os seus colaboradores: Os profissionais das empresas devem manter-se informados sobre as últimas ameaças online e as melhores práticas para se manterem seguros.
  • Mantenha o software atualizado: Actualize regularmente o seu sistema operativo, aplicações e programas antivírus. Estas actualizações contêm frequentemente patches de segurança.
  • Limite a partilha de informações: Tenha cuidado com a partilha de informações pessoais nas redes sociais ou em fóruns públicos. Forneça-as apenas quando for absolutamente necessário.
  • Verifique URLs e sítios Web: Verifique novamente o URL dos sítios Web que visita, especialmente antes de introduzir credenciais de início de sessão ou de efectuar compras.
  • Utilize uma solução de segurança empresarial: Para evitar que os funcionários consultem de forma independente chatbots não confiáveis para fins de trabalho, pode utilizar uma solução de segurança com análise de serviços na cloud.
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