Vão ser estas as 10 profissões mais bem pagas em Portugal este ano (e director de Recursos Humanos está entre elas). Veja qual o salário anual

O mundo do trabalho tem vindo a mudar, assim como os perfis mais procurados pelas empresas e os salários. Tendo isso em mente, a ManpowerGroup fez um levantamento com as 10 profissões mais bem pagas em Portugal em 2023.

 

1. Director-geral na área de Engenharia e Indústria | 110.000 – 120.000 euros/ano
Nos últimos anos, as áreas de Engenharia e Indústria têm sido muito impactadas pela evolução tecnológica. Esta traz mudanças aos seus negócios e provoca uma transformação das competências que as empresas querem atrair e que os profissionais têm procurado desenvolver. Esta necessidade a nível de acompanhamento de competências e mercado está ainda mais presente em cargos de liderança, como é o caso do de director-geral na área da Engenharia e Indústria, que alia a actualização constante a um elevado nível de experiência.

É este contexto que justifica a inflação no seu vencimento anual. A isto alia-se ainda o facto de sermos um país com elevadas competências técnicas em áreas como Engenharia e Tecnologia, devido a um grande investimento no âmbito académico, o que atrai empresas internacionais a estabelecerem as suas operações. A procura por profissionais locais que possam assumir cargos de liderança vê-se, assim, reforçada, já que, mesmo registando salários acima da média, estes são mais competitivos, face aos de outros países.

 

2. Engenheiro Naval e Marítimo | 100.000 – 120.000 euros/ano
De acordo com a definição da Ordem dos Engenheiros, os domínios de intervenção dos Engenheiros Navais e Marítimos são bastante abrangentes, e incluem o projecto, construção, modificação, reparação, manutenção e desmantelamento de navios, embarcações e estruturas flutuantes, mas também a gestão técnica, comercial e da manutenção, ou ainda a gestão e planeamento de operações marítimas e da interface marítimo-portuária, entre outros domínios. O engenheiro marítimo é o responsável pela coordenação da construção de embarcações marítimas e de sistemas flutuantes, incluindo plataformas de produção de petróleo. Faz ainda a gestão da manutenção de motores, máquinas e sistemas a bordo e das tecnologias a serem aplicadas nos diferentes projectos.

Tem ainda como responsabilidade a procura por soluções para problemas de engenharia dos diferentes projectos dos quais é responsável. Em Portugal, esta profissão tem uma importância ainda mais significativa, potenciada pela relação natural do país com o mar. A sua localização posiciona-o como um interposto logístico importante e uma via preferencial de trocas marítimas. Às condições naturais do país, junta-se a conjuntura económica e política, que favorecem esta actividade, bem como o desenvolvimento crescente de actividades ligadas à “Economia Azul”, e em particular ao desenvolvimento das energias renováveis marinhas, e que irão potenciar a procura destes profissionais.

 

3. Director de Compras | 100.000 – 110.000 euros/ano
O director de Compras é o responsável por planear, dirigir e controlar as compras da organização, no que respeita à sua maquinaria, equipamento e materiais, de acordo com as suas políticas e necessidades. Além disso, orienta processos como a contratação de novos fornecedores e as estratégias de negociação para conseguir as melhores condições em prazos de entrega, formas de pagamento, entre outros factores. Fazem parte ainda das suas funções a monitorização das principais métricas funcionais para reduzir despesas e melhorar a eficiência da empresa. Este é um profissional com uma elevada importância na organização. Além da experiência exigida na optimização da rentabilidade através do processo de compras, precisam de ter competências como uma grande capacidade de resolução de problemas, resiliência, capacidade de negociação e de comunicação, além de foco na gestão financeira da empresa.

No entanto, esta é uma função com um elevado grau de complexidade e especificidade: desde as competências humanas requisitadas, com forte mindset para safety first, uma vez que falhas poderão ter implicações em vectores tão impactantes como a vida humana, ambiente e obviamente económicos, bem como para a resolução de problemas, às técnicas, como os conhecimentos ao nível da arquitectura naval, estabilidade, manobrabilidade e sistemas de amarração bem como de todos os sistemas marítimos e propulsão até como o comportamento em mar. É, ainda, uma função desafiante a nível do work- life balance, ao exigir, na maioria dos casos, a permanência offshore por longos períodos de tempo em regimes de trabalho rotacionais – factores que elevam as dificuldades na atracção destes talentos, bem como o seu nível salarial elevado.

 

4. Chief Information officer/ chief Technology officer | 95.000 – 120.000 euros/ano
A transformação digital tem-se tornado uma prioridade para a maioria das empresas, independentemente da sua dimensão, acelerada pela crescente digitalização de negócios e pelos novos modelos de consumo e de trabalho. É perante este contexto que se reforça a importância dos cargos de chief Information officer e de chief Technology officer. Estas são funções do executivo da empresa responsáveis pelas iniciativas e estratégia no domínio das tecnologias de informação, e que supervisionam os sistemas informáticos necessários para suportar os objectivos da organização.

Fazem parte ainda das suas tarefas fomentar a ligação entre a direcção da empresa e a equipa de colaboradores da área tecnológica, pelo que, além de formação em Tecnologia da Informação, necessitam também de conhecimento nas áreas de estratégia, liderança e gestão, bem como ter uma elevada capacidade de trabalho em equipa. A isto, alia-se a capacidade de acompanhar tendências e evoluções do sector tecnológico, garantindo que a sua organização está o mais actualizada possível. A crescente procura por este tipo de profissionais, associada à escassez de perfis com o seu nível de especialização, tem levado a um aumento dos salários.

 

5. Directores de Centros de Serviços Partilhados | 90.000 – 110.000 euros/ano
A implementação de Centros de Serviços Partilhados é cada vez mais uma realidade em Portugal. As condições oferecidas pelo país, tais como a nossa localização geográfica, a qualidade da nossa infraestrutura tecnológica, as oportunidades no mercado imobiliário e o elevado conhecimento de línguas e apetência por novas tecnologias do talento local, têm posicionado Portugal de forma diferencial face a outras geografias.

O director de Centro de Serviços Partilhados é o responsável por assegurar a correcta implementação e execução das funções de suporte e de serviço que são prestadas às diferentes estruturas do grupo empresarial. O perfil pretendido é o de um profissional experiente, com um claro foco na disciplina operacional, bem como na eficiência e na experiência ao cliente. Este é um perfil exigente e específico cuja procura está a aumentar, em particular na região Norte, onde há uma maior concentração destes centros, tornando assim mais desafiante encontrar o profissional certo para esta posição.

 

6. Directores de Recursos Humanos | 90.000 – 110.000 euros/ano
Os cargos de liderança na área dos Recursos Humanos fazem também parte da lista das profissões mais bem pagas em 2023. Estes são um activo de extrema importância para organizações dos mais diversos sectores, ao supervisionarem todos os aspectos da gestão e políticas de atracção, desenvolvimento e comprometimento do talento de uma organização. As funções de um director de Recursos Humanos incluem a definição da estratégia de talento, a gestão da performance, a entrega de talento, bem como o compliance e o cumprimento normativo. Frequentemente acumulam também as áreas de comunicação interna e cultura, bem como a assessoria e coaching ao senior leadership da empresa.

A importância estratégica da função de director de RH tem vindo a acentuar-se, à medida que as necessidades e aspirações dos trabalhadores evoluem e as empresas devem competir num mercado onde o talento qualificado é cada vez mais escasso. Face a estas mudanças, é pedido a estes profissionais um cada vez maior foco na inovação na gestão do talento, no desenvolvimento das competências e na criação de uma cultura geradora de compromisso e assente em valores com os quais os trabalhadores se identificam. Por outro lado, estes perfis devem ter uma grande dimensão humana e também algumas das competências mais procuradas no mercado, como a resiliência e adaptabilidade, a capacidade de inovação, e o trabalho em equipa e colaboração, skills que vêm impulsionar o seu nível de remuneração.

 

7. Director Industrial | 80.000 – 90.000 euros/ano
O director Industrial é o responsável pela gestão de uma central de produção e pelo controlo de todas as suas operações. Trabalha assim com foco na garantia da qualidade das operações, na manutenção da fábrica, bem como na gestão das pessoas. Perante estas responsabilidades, a profissão exige competências que vão muito além dos conhecimentos técnicos relacionados com a operação. Entre estas, destaca-se a gestão de pessoas e de equipa, a capacidade de liderança e o pensamento estratégico.

A isto, alia-se a disciplina e organização, sem esquecer a exigente formação que o profissional deve ter na área da Engenharia. Face à evolução tecnológica que tem impactado também a área industrial, as empresas procuram ainda que estes profissionais adquiram continuamente novos conhecimentos que permitam acompanhar a transição do sector. Isto exige o investimento constante em formação, o que vem valorizar a capacidade de negociação do profissional no momento de definir o seu salário com o empregador.

 

8. Director de Obra | 70.000 – 75.000 euros/ano
Na área da Construção Civil, o director de Obra é o responsável por todo o projecto e assegura a sua execução, de acordo com as normais legais. Para o exercício da função, o profissional deve ter uma formação em Engenharia Civil, bem como uma longa experiência no terreno, capacitando-o para gerir todo o processo, profissionais e eventuais obstáculos. Ao ser vital para qualquer projecto de construção, e face ao crescimento deste sector nos últimos anos, a procura por estes profissionais tem aumentado de forma significativa, o que vem também impactar o seu nível salarial.

A isto, alia-se ainda a elevada responsabilidade que assume e a própria exigência da função, tanto física como a nível de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, já que chega a ter de se ausentar durante longos períodos para a localização onde ocorre o projecto, com uma dedicação quase total ao trabalho.

 

9. Head of Cybersecurity | 60.000 – 80.000 euros/ano
Durante todo o ano de 2022, os ciberataques tornaram-se uma realidade para as organizações, independentemente do sector ou dimensão, sendo este um paradigma que não se espera que venha a abrandar em 2023. O crescente risco e probabilidade de ocorrência destes ataques vem assim justificar o aumento da procura por profissionais que sejam capazes de prevenir e resolver estas ameaças, bem como de orientar toda a organização em matéria de cibersegurança.

A capacidade de lidar e resolver estas questões carece de vigilância constante, conhecimentos especializados e capacidade de rápida actuação. Por tudo isto, especialistas nesta área estão, hoje, entre os profissionais mais procurados no sector tecnológico e, por isso, mais bem remunerados, com a oferta a ainda não acompanhar as ambições de recrutamento. Sendo esta uma área em que o investimento das empresas é recente, a maioria das organizações está ainda a começar a formar as suas equipas, sendo, por isso, lógica a aposta em profissionais mais experientes, que possam gerir outros colaboradores dedicados à segurança dos sistemas e que se venham depois a juntar à equipa.

 

10. E-Commerce manager | 60.000€ – 65.000 euros/ano
Nos últimos anos, temos vindo a observar um forte crescimento do comércio electrónico e, consequentemente, das necessidades de talento para as funções que lhe estão associadas. O e-commerce permite às empresas ampliar a sua oferta de canais, e melhorar a experiência do consumidor ao trazer maior facilidade e rapidez ao processo de compra. À frente destas plataformas, é necessário um profissional que se responsabilize pela sua gestão e desenvolvimento, definindo a estratégia de negócio por forma a potenciar as vendas e a rentabilidade deste canal.

O e-commerce manager deve ter fortes capacidades analíticas, uma profunda compreensão da gestão de produtos em comércio electrónico, conhecimentos de analítica web e optimização de tráfego, gestão de projectos e roadmaps de evolução de produtos tecnológicos, segurança de dados e de transacções, entre outros. Um conjunto de competências específicas, cuja procura tem vindo a crescer de forma acentuada, à medida que as empresas transicionam para este novo canal, levando assim ao aumento dos salários praticados.

Ler Mais