Workmonitor revela qual é o factor mais importante num emprego para os colaboradores (e não é o salário)

O estudo Workmonitor da Randstad, que inquiriu 27 mil trabalhadores em 34 mercados da Europa, Ásia-Pacífico e Américas, revela que os colaboradores consideraram o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (93%), a flexibilidade no que diz respeito ao horário de trabalho (81%) e o apoio à saúde mental (83%) como factores mais importantes num emprego, mais do que a ambição de construir carreira (70%).

 

Porém, o estudo indica que o facto de os colaboradores não apresentarem como principal foco a progressão de carreira na sua forma mais tradicional, isto é assumindo por exemplo, funções de liderança, tal não significa que não tenham interesse no seu próprio desenvolvimento.

Quase três quartos (72%) classificam as oportunidades de formação e desenvolvimento como importantes e um terço (29%) deixaria um emprego se não lhes fossem oferecidas oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento para prepararem as suas competências para o futuro, com especial foco na Inteligência Artificial (IA).

Os resultados do inquérito revelam que 57% dos colaboradores sentem-se ambiciosos relativamente à sua carreira e 36% estão preocupados em perder o seu emprego. Quanto às motivações, 37% dos inquiridos referiram que, ainda que não exista espaço para progredirem em determinada função, continuarão a desempenhá-la caso seja um cargo de que realmente gostem.

A preocupação com o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional está em destaque nesta análise, com 60% dos colaboradores a afirmarem que não aceitariam um emprego se considerassem que iria afectar negativamente o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. Para além disto, 50% dos inquiridos referem que a vida pessoal é mais importante do que a vida profissional e 39% mencionam que abandonariam um emprego que lhes impedisse de desfrutarem da sua vida.

Segundo o estudo, para os portugueses, os cinco principais elementos relativos ao emprego actual ou futuro são: equilíbrio entre o trabalho e vida pessoal (97%); o salário (96%); o apoio à saúde mental (94%); a segurança no emprego (93%); a flexibilidade do horário de trabalho, assim como as oportunidades de progressão na carreira (88%).

Ao serem questionados sobre o que não aceitariam num emprego que não oferecesse flexibilidade, 29% dos inquiridos responderam que não aceitariam falta de flexibilidade relativamente à localização e 32% mencionaram que não aceitariam falta de flexibilidade quanto ao horário.

Há ainda a destacar que 26% considerariam deixar o emprego se lhes fosse pedido para passar mais tempo no escritório e 42% referiram que o seu empregador não está a proporcionar flexibilidade suficiente para trabalhar a partir de casa, tendo também 30% respondido que as entidades patronais se tornaram mais rigorosas no que diz respeito a garantir que os colaboradores vão ao escritório.

Esta edição do estudo destaca ainda o modo como o tema ambição e da progressão de carreira é vista pelos profissionais aos dias de hoje. Mais de metade (56%) dos trabalhadores consideram-se ambiciosos, segundo este estudo, um valor que cresce para 69% no caso da Geração Z.

Quase metade (47%) dos trabalhadores não está focada na progressão e a mesma proporção está disposta a permanecer numa função de que gosta, mesmo que não haja espaço para progredir ou desenvolver-se. Para além disto, um terço (34%) dos trabalhadores não quer assumir funções de direcção.

Ao longo do estudo, é reforçada a ideia de que os colaboradores valorizam os empregadores que reflectem os seus pontos de vista, valores e compreensão do mundo e que, deste modo, tomam medidas para melhorar a equidade no local de trabalho.

Deste modo, 31% dos inquiridos referem que não aceitariam um emprego se não concordassem com os pontos de vista do empregador, assim como 37% indicam que não aceitariam um emprego se a organização não estivesse a fazer um esforço proactivo para melhorar a sua diversidade e equidade e 32% dizem não aceitar um emprego numa empresa que não estivesse de acordo com os seus valores em questões sociais e ambientais.

Os trabalhadores portugueses continuam a dar prioridade à “preparação para o futuro” das suas competências, especialmente à adopção da IA.

Outro ponto de destaque nesta análise é a importância dada à formação, nomeadamente em termos de competências de IA, com mais de um terço dos inquiridos a afirmar que não aceitaria um emprego que não oferecesse formação para preparar as suas competências para o futuro.

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