WYgroup: Tornar atractiva a experiência do colaborador

No WYgroup, o escritório é também aquilo a que a equipa chama de Casa de Praia, um local onde os colaboradores podem não só trabalhar, mas também divertir-se e relaxar.

 

Os novos modelos de trabalho híbrido não são novidade na Casa de Praia do WYgroup. Na realidade, o conceito já estava a ser implementado antes da pandemia ditar o trabalho remoto como regra, e já previa não só a componente de trabalho à distância, mas também um modelo de escritório bastante diferente daquilo que existe na maioria das empresas. Rita Baltazar, co-fundadora e partner do WYgroup, explica à Human Resources Portugal como a empresa trabalha o seu Employer Branding para tornar mais atractiva a experiência do colaborador.

 

De que forma as empresas estão a abordar o tema do Employer Branding nesta fase de pós-pandemia?
O pós-pandemia trouxe consigo uma aceleração dos processos que já existiam e reforçou a necessidade das empresas estarem mais próximo das suas pessoas. Enquanto WYgroup, esta realidade já estava bem presente. O que foi necessário foi consolidar a relação de proximidade e a contínua aposta na retenção das nossas pessoas. Tão ou mais importante do que a atracção de talento é a sua retenção.

 

Os últimos dois anos, com todas as transformações que trouxeram para o mercado de trabalho, tiveram que tipo de impacto?
Nos últimos anos houve a necessidade de “descobrir” um modelo de organização e trabalho que correspondesse a uma necessidade não só de mantermos a unidade e a cultura do Grupo e das suas empresas, mas também a necessidade de protegermos os nossos talentos. Foi uma equação de difícil equilíbrio, pois a nossa cultura privilegia o contacto e a relação entre as pessoas, ao mesmo tempo que as normas em vigor tendencialmente a evitavam.

Conseguimos ir fazendo um caminho de equilíbrios e descobertas e não temos fechado o modelo que temos implementado. Faz-nos confusão as totais certezas num mundo em que a mudança, muitas vezes abrupta, tem sido o elemento mais presente. Sabemos, com alguma segurança, que o modelo do futuro nem por sombras trocará o modelo do passado. E estamos confortáveis com isso.

 

Que tipo de estratégias o WYgroup pode delinear para potenciar o Employer Branding?
Mais do que estratégias temos princípios que nos norteiam e orientam:

1. As pessoas estão sempre em primeiro – todas as nossas decisões estão subjacentes ao bem-estar daqueles que nos escolhem para estarem connosco durante algum tempo. Devemos-lhe esse cuidado e essa atenção.

2. A aprendizagem tem de ser constante – é um princípio que nos desafia a aprender constantemente, na nossa função com aquilo que fazemos, ou por vontade de nos desafiarmos. Para nos ajudar a consolidar este princípio o WYgroup adquiriu em Setembro passado a Lisbon Digital School, de forma a que os nossos talentos tenham sempre acesso a tudo o que de mais avançado esteja a ser feito no mercado. Além disso, mantemos parcerias activas com diversas instituições de ensino.

3. Não trabalhes, diverte-te – O WYgroup fez a sua grande transformação durante a pandemia alterando completamente o modelo de organização dos seus espaços de trabalho e transformando-os numa Casa de Praia. A vinda para o escritório acabou. O espaço onde decido passar o meu dia tem de ser tão ou mais confortável do que a minha casa. Idealmente, uma extensão dela. Por isso, a nossa Casa de Praia tem janelas com vista para o mar em todo o comprimento e sofás que podem ser utilizados para trabalho ou para uma reunião mais descontraída ou para uma reflexão mais tranquila. Temos locais de lazer – por exemplo para jogar ténis de mesa com bolas “silenciosas” – e mesmo de descanso – como um sleep pod – para recuperar alguma energia. O espaço disponibiliza balneários para quem quiser aproveitar os chapéus- de-sol que o grupo coloca à disposição durante o verão, ou para que possa fazer o seu passeio, a sua corrida ou a sua actividade física sem ter de manter a mesma roupa ou sem poder tomar um duche.

 

Quais os desafios que se apresentam hoje na atracção de talento, nomeadamente naquelas áreas de recrutamento onde existem menos recursos disponíveis? Todos os desafios que nos são apresentados hoje já advinham do passado. O que acontece hoje é a existência de funções que não existiam no passado e, por isso o mercado depara-se com esta grande escassez de talento. Não existe nenhum grupo que tenha a variedade de perfis que nós temos. No WYgroup criamos funções de acordo com as necessidades e desafiamos os nossos colaboradores a saírem da sua zona de conforto.

 

Este é um tema de Recursos Humanos ou de Marketing? Como se articulam?
Este foi sempre um tema da responsabilidade quer dos Recursos Humanos, quer do Marketing. É um tema crítico para uma organização funcionar e, por isso, é um tema de todos nós. A utilização de uma estratégia de employer branding pode trazer várias vantagens para além da atracção e retenção de colaboradores, tais como o aumento do sentimento de pertença, a diminuição do turnover e do absentismo, a redução dos custos de recrutamento e o posicionamento estratégico no mercado de trabalho competitivo. Em concreto, no WYgroup, a responsável de employer branding e a responsável de comunicação trabalham lado a lado com as várias empresas para montarem os nossos momentos de comunicação integrada.

 

Quais são os canais que as empresas estão a utilizar para chegar aos jovens e apresentar as suas propostas de valor enquanto empregadoras?
Num mercado cada vez mais competitivo, a forma que as empresas têm de chegar aos jovens passa pela aposta contínua na proximidade junto desta comunidade. Enquanto WYgroup, estamos presentes nos canais que o mercado utiliza para recrutar, mas mais do que isso abrimos a nossa Casa da Praia para quem nos quer visitar, privilegiando visitas de estudantes de Licenciatura e Mestrado, para que nos conheçam e aos nossos líderes. Dessa interacção nasce o interesse no nosso ecossistema, o que para um grupo como o nosso é fundamental para atrair talento jovem e capacitado.

 

E que tipo de conteúdos são veiculados?
Nos dias de hoje, o que as pessoas procuram saber sobre as empresas passa muito por recompensas intrínsecas como a cultura da empresa, a conciliação entre vida profissional e pessoal, os benefícios atribuídos aos colaboradores. Ou seja, tudo o que o que envolve um sentimento de conquista, realização, responsabilidade e desenvolvimento profissional e pessoal. Dito isto, as nossas redes estão repletas de momentos, sejam eles de partilha, de convites que fazemos, de visitas que temos, de eventos que organizamos. Tentamos que os nossos seguidores tenham uma visão do empenho que temos em fazer diferente, mas sobretudo em criar valor para todos os nossos talentos.

 

Do lado dos candidatos, quais as expectativas perante um primeiro emprego ou mesmo uma mudança de emprego?
De que forma a comunicação é direccionada tendo em conta essas expectativas? Quem procura um primeiro emprego ou uma mudança de emprego procura essencialmente um novo desafio, um crescimento a nível de carreira, um equilíbrio entre a vida pessoal. No WYgroup adaptamos a intensidade do desafio dependendo do perfil do candidato. No caso de jovens no seu primeiro emprego fazemos um acompanhamento preferencialmente presencial, desafiando-o constantemente a questionar e a ser curioso. Só assim ele irá desenvolver-se e obrigar-nos a questionar se o que estamos a fazer é suficientemente bom ou se podemos ainda fazer melhor e com maior valor. Temos a noção de que os estágios são tão importantes para nós como para os candidatos.

 

Como se medem os resultados de uma estratégia de Employer Branding?
O employer branding pode ser medido através da taxa de retenção, do índice de turnover, de reuniões de feedback e de questionários de satisfação, entre outros. Temos vários momentos que utilizamos como fundamentais na medição dos resultados da nossa estratégia, nomeadamente o nosso inquérito anual que nos levou o ano passado a ser considerados como uma das 20 empresas mais felizes de Portugal.

 

Como evoluirá o Employer Branding daqui para a frente, depois de uma transformação tão profunda do mercado de trabalho?
A transformação do mercado já estava bem presente no WYgroup. O que nos deparámos foi com uma aceleração dessa mesma transformação. O desafio maior está na organização da área de talento. Serão necessárias outras competências. A Comunicação Interna tem de ser alinhada com aquilo que fazemos para fora. As notícias que publicamos têm que ser alinhadas com o propósito organizacional e o Marketing irá desempenhar um papel fundamental na forma como nos apresentamos ao mercado. O futuro terá de passar pela criação de uma figura hibrida que fará a ponte entre a Comunicação Interna e Externa, alinhando conteúdos e garantindo uma total integração da comunicação.

Por último, mas não menos importante, é necessário, trabalhar os conceitos de marca empresa e a sua respectiva estratégia, como se de mais uma marca se tratasse, reconhecendo a importância da percepção e da experiência do colaborador/ consumidor, que não termina com o off-boarding. Para além disto, vai também obrigar a uma maior transparência da proposta de valor e dos benefícios, criando assim relações mais fortes e mais equilibradas entre a empresa e o seu colaborador. Afinal, quem melhor do que eles para serem os nossos embaixadores e influenciadores?

 

De que forma o WYgroup trabalha o seu próprio Employer Branding?
Face ao que conhecemos consideramos que se podia fazer muito melhor. Queremos ser diferenciadores na nossa estratégia e tornar atractiva toda a experiência do colaborador. Se trabalharmos bem o nosso employer branding vamos conseguir atrair novos talentos, reter as nossas pessoas e, por sua vez facilitar todo o processo de pré-boarding, on- -boarding e off-boarding. Queremos que as nossas pessoas sejam os embaixadores da nossa marca. Neste sentido, continuamos activamente a desenvolver um conjunto de iniciativas assentes na employee journey experience que tem como condição essencial a optimização de uma experiência que promova o bem-estar físico e psicológico, bem como um working space adaptado às necessidades e acções que visem o crescimento e desenvolvimento das mesmas.

 

O que mudou na sua estratégia com os novos modelos de trabalho?
Não mudou nada. A concepção da nossa Casa da Praia iniciou muito antes da pandemia e foi desenhada de acordo com as nossas necessidades, que já contemplavam estes novos modelos de trabalho. No WYgroup apostámos num modelo de trabalho híbrido, mas num formato colaborativo. No nosso dia-a-dia temos momentos em que é necessário reflectir e analisar, o que requer mais atenção, e aqui o modelo remoto é o que se adapta melhor. Mas também temos momentos de interacção e partilha, onde se ganha muito se os mesmos decorrerem de forma presencial. Desta forma, damos a possibilidade do colaborador, em conjunto com a sua equipa, adaptar as suas necessidades mediante o que for mais conveniente para ambos.

 

O que torna única a experiência de trabalhar no WYgroup?
O trabalho, a integridade e o talento. Estes são os três pilares fundamentais do WYgroup e que juntamente com a nossa Casa da Praia fazem desta uma experiência única. São a base de estarmos todos juntos, faz parte da nossa experiência, trabalharmos efectivamente, divertirmo-nos no processo e termos perfis com muito talento. Para além disto, a nossa Casa da Praia é pensada para todos os colaboradores, é um espaço vivo, onde recebemos de braços abertos e nos sentimos confortáveis. Esta estrutura colaborativa é a base da nossa identidade e de uma forte cultura colectiva.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Employer Branding” publicado na edição de Abril (n.º 136) da Human Resources.

Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.

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