108 anos: é este o tempo que falta para atingirmos globalmente a igualdade de género

A gestão da diversidade é, hoje, um tema cada vez mais debatido nos mais diversos sectores da sociedade. Aliás, diversos estudos indicam que existem inúmeras vantagens na implementação de políticas efectivas de diversidade como seja um aumento na taxa de inovação, de receitas, melhor ambiente de trabalho e, claro, uma maior capacidade para atrair talento para o seio das empresas.

Por Vera St. Aubyn, vp HR & CSR Hydro Building Systems

 

 

A indústria do alumínio é dominada pelos homens, especialmente ao nível operacional. Actualmente, na Europa, o sector tem uma média de 13% de colaboradores do sexo feminino. Contudo, na empresa onde trabalho já somos 23,5% e estamos a trabalhar para que, em 2025, aumentemos para os 27%, desde operacionais a cargos de topo.

Embora seja facto que já percorremos um longo caminho desde que um milhão de sufragistas da Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça iniciou o movimento para ser instaurado o Dia Internacional da Mulher, a 08 de Março de 1911, não creio que o nosso objectivo tenha sido atingido. 100 anos depois ainda estamos a milhas de alcançarmos a igualdade de género na sociedade, nos locais de trabalho e na economia. Para terem uma ideia, e de acordo com o World Economic Forum (dados de 2018) serão necessários 108 anos para colmatar a igualdade de género de forma global; 202 ao nível económico e 107 anos ao nível político.

Criar uma cultura de pertença e inclusão nas organizações não é falar apenas sobre igualdade de género e de remunerações. É criarmos locais de trabalho que recebam, entendam e acima de tudo celebrem as diferenças, bem como procurem novos pontos de vista, para que todos possam e consigam trabalhar de forma plena. É por isso essencial que sejam estabelecidas prioridades estratégicas globais, ambições, metas e actividades, para além de todo um plano que seja alvo de actualizações e revisões anuais. As prioridades que menciono devem abranger não só a diversidade e inclusão (D&I) como a aprendizagem e o desenvolvimento de competências, a liderança e a sucessão, devendo ser apoiadas por cada área de negócio, com metas e actividades baseadas nas suas necessidades específicas, abordando os desafios em função da zona de envolvência e região onde operam.

A nossa ambição, e para a qual trabalhamos diariamente, é chegarmos a um ambiente de trabalho de alto desempenho e sustentável. Queremos que todos os colaboradores saibam que são valorizados pelo que são e que contribuem para o sucesso da nossa estratégia empresarial.   Acredito ser essencial auscultarmos todos, sem excepção, sobre as suas opiniões e experiências no que à diversidade, inclusão e pertença diz respeito a fim de obtermos contributos para as nossas políticas e acções.

Termino lançando uma questão nesta semana dedicada à Mulher: numa época em que tanto se fala de transformação porque é que está a ser tão moroso para que tenham os mesmos direitos? Não duvidem que um mundo que não aproveite o enorme potencial das mulheres será sempre um mundo muito mais pobre.

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