2024, foi uma frustração ou desilusão? Façamos diferente em 2025!

Por António Saraiva, Business Development manager, ISQ Academy

Mais um ano chega ao fim! E que ano! Tradicionalmente fazem-se planos para o ano seguinte ou mesmo planos estratégicos a três ou cinco anos. Faz parte, mais que não seja para se desenharem orientações, tranquilizarem-se accionistas e, até, quem trabalha nas organizações. Só que o clima de incerteza não diminuiu. Antes pelo contrário, continua a aumentar. Mas não estaríamos bem connosco próprios, se não fizermos as previsões habituais. Talvez, por isso mesmo, seja melhor aprendermos a gerir as nossas emoções num contexto de desafio constante. Aceitando mesmo que o que é mesmo constante é a… inconstância!

Quando partimos para 2024, tínhamos a expectativa de que os conflitos internacionais iriam, no mínimo, atenuar-se, desaparecendo mesmo alguns deles. Mentira! Aumentaram! Pensávamos que a tolerância poderia começar a ter um peso maior nas atitudes comportamentais do ser humano. Errado! Analisando os estudos mais recentes, está a piorar, nomeadamente no que respeita ao fenómenos migratórios. Havia a esperança que as economias, sim no plural, começassem a despontar. Mais um erro! As mais determinantes estão cada vez mais instáveis e podem impactar de forma mais negativa nos países menos apetrechados. Factor preocupante, até porque mais alguns estudos revelam níveis de pobreza acentuados, até naqueles que têm emprego. Esperávamos, ainda, que a tecnologia, em particular a Inteligência Artificial, fosse um fenómeno de catapulta para a sociedade. De alguma forma… sim! Mas há sempre um… mas! Os perigos dos designados ataques cibernéticos estão na ordem do dia, bem como a má utilização da IA, em prol de interesses individuais ou corporativos. Mas muito mais aconteceu, o que nos deve remeter para uma reflexão ainda mais profunda para planearmos o futuro.

Contudo, convém não alimentar o monstro da frustração. O pior que pode acontecer é deixarmo-nos abater pela impotência de expectativas goradas. Este sentimento negativo é o alimento ideal para meia dúzia de lunáticos que julgam controlar o mundo, já para não falar no rastilho ideal para movimentos de cariz populista. É em momentos de fragilidade do ser humano que se destroem os valores identitários de uma sociedade justa e democrática. Sabe-se que o mundo tal como está hoje, não ajuda muito. Guerras, alterações climáticas e outros fenómenos naturais, corrupção, são alguns dos obstáculos ao desenvolvimento, muitos deles gerados ou permitidos por nós. Há, pois, que fazer algo, em cada comunidade, em cada organização.

Mais uma vez, a Gestão de Pessoas tem aqui um papel relevante, dentro do seu quadro de referência e numa intervenção na respectiva cadeia de valor. Apresentando-se, e até impondo-se, como um pilar essencial da estratégia organizacional. Não são as teorias a resolverem os problemas. É, verdadeiramente, no terreno que as mesmas devem acontecer. Temos cada vez mais ao nosso dispor instrumentos e ferramentas que nos permitem agir de forma consistente e objectiva. A IA sendo colocada ao nosso serviço, permite-nos ter informação válida e ser um elemento facilitador para mais conhecimento e intervenções mais céleres e ajustadas. Permite, ainda, aumentar os níveis de produtividade, mas permitindo um maior equilíbrio com os níveis de bem estar das Pessoas. E como tudo na realidade é um processo… obtêm-se condições para se remunerar mais e melhor e o designado nível de vida das Pessoas melhorar.

Utopia? Não, não é! É tão só vontade. O nível de exigência de cada um de nós não pode, e não deve, ser o facilitismo de se ir atrás de concepções ambíguas, populistas e publicitariamente apelativas. Daí que se apele cada vez mais a atitudes comportamentais importante como o sentido crítico ou gestão de emoções, por forma a colocarmos os pés bem assentes na terra. O contributo de cada um para não destruir o Planeta, aceitar e fazer o seu papel na diversidade e inclusão, preocuparmo-nos em desenvolver e consolidar as nossas competências, participarmos activamente nos processos de mudança, colocando a tecnologia ao nosso serviço, podem ser passos importantes. Todos somos responsáveis e a quem gere e lidera pessoas pode ser determinante para se iniciar um 2025 diferente, a caminho de um mundo bem melhor.

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