COVID-19. Mais de 800 trabalhadores já foram alvo de despedimento colectivo. Cerca de 550 mil estão em lay-off

Perto de 32 mil empresas já pediram para aderir ao regime de lay-off, o que significa que mais de 550 mil trabalhadores estarão agora em casa, a receber dois terços do ordenado, valor financiado maioritariamente pela Segurança Social. Mas mais de 800 pessoas estarão em processo de despedimento colectivo. 

 

Os números foram avançados pelo Ministério do Trabalho, e divulgados pelo Expresso. «Foram comunicados à Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) 59 processos de despedimento colectivo, que abrangem 843 trabalhadores. Em Fevereiro, foram iniciados 36 processos de despedimento colectivo relativos a 628 trabalhadores», lê-se na nota à comunicação social do gabinete da ministra do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social.

O semanário fez as contas: o aumento das comunicações feitas pelas empresas para a realização destes despedimentos é de 64% enquanto o número de trabalhadores afectados cresceu 34%.

Os números oficiais do desemprego só serão apresentados daqui a duas semanas, mas «os dados preliminares apontam para um aumento marginal de cerca de 28 mil pessoas desempregadas face aos dados oficiais de Fevereiro, para cerca de 321 mil pessoas desempregadas”, assume o executivo ao Expresso.

Sobre os pedidos de lay-off, destaca-se que, das 32 mil empresas que já deram início ao processo, grande parte são micro e pequenas empresas, com menos de 50 trabalhadores, sendo que os sectores do alojamento, restauração, oficinas automóveis e industrias transformadoras são os mais afectados.

A nota do Governo informa : «Até ao início deste sábado, houve 31.914 empresas a candidatar-se ao mecanismo de salvaguarda dos postos de trabalho – lay-off simplificado. O número de trabalhadores por conta de outrem declarado em fevereiro pelo conjunto daquelas empresas correspondia a um universo de 552 mil trabalhadores. A maior parte dos pedidos foram apresentados por microempresas, com 10 ou menos trabalhadores (cerca de 74%), e pequenas empresas com menos de 50 trabalhadores (cerca de 20%).»

Na sexta-feira, os números apontavam para 425.287 trabalhadores já abrangidos pelo regime, avança o Expresso.

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