Estranho, é! Mas não surpreendente!

Opinião de Ricardo Florêncio

Director da Revista HR Portugal

Editorial publicado na edição de Agosto 2010 dan revista HR Portugal

Num inquérito, realizado no ano passado a finalistas do curso de Gestão de uma prestigiada universidade em Portugal, foi questionado quais as áreas em que gostariam de trabalhar.

As respostas dividiram-se maioritariamente entre a área financeira, de marketing, comercial e algumas respostas para outras áreas.

Contudo, nem uma só apontou a gestão de recursos humanos, ou de pessoas, como a área onde gostariam de trabalhar.

Estranho, é! Contudo, poderá não ser surpreendente.

Na verdade, das diversas áreas de actuação no campo da gestão, a gestão de recursos humanos, ou pessoas, poderá ser daquelas que menos nos interessa e que menos atenção desperta nos novos gestores.

Poder-se-á questionar o seu porquê. E deverá haver respostas muito diferenciadas à questão, mas com alguns pontos comuns.

Por um lado, nunca foi uma função muito valorizada por pessoas de gestão. Sempre foram cargos ocupados por pessoas com outras habilitações, oriundas de psicologia, sociologia, direito, mas poucas de gestão.

Por outro, e infelizmente, nem sempre é considerada uma área importante e fundamental. Foi, e em muitas empresas continua a ser, uma Direcção desvalorizada face às outras. A sua importância, o seu relevo, o seu peso na organização, não são iguais às demais Direcções, apesar de a esta estarem atribuídas responsabilidades e tarefas fundamentais para a empresa.

Ora esta desvalorização será porventura transmitida, ainda que sem qualquer intenção, desde logo nas próprias universidades.

Desempenhando um papel absolutamente primordial dentro da empresa, essa direcção específica deve ser valorizada, desde logo, e ao longo de todo o processo, para que seja objecto de procura.

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