
Aumento das insolvências em Portugal pode atingir 36% no segundo semestre do ano
A Crédito y Caución prevê um aumento de 26% nas insolvências a nível mundial, que se materializará, em grande parte, durante a segunda metade de 2020. Em Portugal, o aumento previsto alcançará os 36%, devido à composição sectorial da economia.
As economias da Europa meridional estão a sentir um maior impacto do coronavírus do que as da Europa setentrional. As economias do sul da Europa, como Espanha, Itália, França, Portugal e Grécia, têm uma maior dependência do turismo. Alemanha, Dinamarca, Áustria e Países Baixos que dependem em menor escala deste sector, conseguiram conter melhor os novos surtos e as suas economias parecem adaptar-se melhor às restrições de distanciamento social.
Durante o primeiro semestre, as medidas adoptadas pelos governos reduziram o incremento esperado nas insolvências modificando os limites para a sua apresentação, reduzindo a capacidade do devedor de forçar a insolvência ou proporcionando apoio financeiro suficiente para atrasar a apresentação à insolvência. No entanto, à medida que os programas de apoio começam a expirar, o número de pedidos de insolvência deve aumentar rapidamente.
De acordo com a Crédito y Caución, o aumento esperado deve-se principalmente ao impacto que a pandemia de COVID-19 está a ter nas economias mundiais.
A seguradora de crédito prevê ainda que todas as grandes economias, excepto a China, entrem em recessão este ano. A profundidade e a duração desta recessão serão determinadas pela capacidade das distintas economias para gerir as regulamentações sanitárias, evitar os confinamentos e desenvolver-se num contexto de distanciamento social.
No contexto europeu, espera-se que o Reino Unido apresenta a maior contracção do PIB após um confinamento mais restritivo a que se acrescenta a incerteza gerada pelo Brexit. Mercados como os Estados Unidos, Japão e Austrália mantêm perspectivas de crescimento mais positivas que a maioria dos países europeus. Contudo, espera-se que os EUA apresentem, juntamente com Hong Kong e Turquia, os maiores incrementos de insolvências em 2020.