
Cursos de turismo registam procura acima de 100%
Trabalhar nas várias áreas do turismo continua a ser uma opção de futuro para muitos, apesar da crise que o sector enfrenta neste ano devido à COVID-19. Os dados do Turismo de Portugal, relativos às suas escolas, indicam uma “procura acima do expectável” para o ano lectivo que começa agora, avança o Dinheiro Vivo.
De acordo com a publicação, a autoridade nacional de Turismo tem um total de 12 escolas espalhadas pelo país. No último ano lectivo tinham sido abertas 1740 vagas, distribuídas por 12 cursos leccionados em português e três cursos em inglês. O Turismo de Portugal já tinha revelado ao Dinheiro Vivo que, para o presente ano lectivo, as vagas seriam «coincidentes com as disponibilizadas em anos anteriores, tanto em termos de número como nas áreas».
Agora, fonte oficial confirmou que o número de vagas foi mantido e que registaram «uma procura acima do expectável. Na primeira fase, a procura foi de 108,6%. Nesta segunda, tivemos um número expressivo de candidatos para os três cursos que lecionamos em Inglês (Culinary Arts, Hospitality Operations Management e Food & Beverage Management), em que registámos uma procura superior a 450% face ao número de vagas».
O turismo é um dos sectores mais afectados pela crise gerada pela pandemia. Ao contrário do que acontecia nos últimos anos, quando o sector tinha escassez de recursos humanos, recorrendo inclusivamente a trabalhadores a termo para suprir as necessidades nos meses de maior procura, em 2020, um elevado número de trabalhadores foi colocado em regime de lay-off simplificado até Junho. Retomaram gradualmente as suas funções nos meses de verão, mas o sector tem pedido um regresso deste mecanismo, dizendo que o seu sucedâneo não é suficiente. O Governo já prometeu uma revisão do regime de apoio à retoma progressiva, acautelando algumas das necessidades do sector.
O Dinheiro Vivo revela que para o Turismo de Portugal, o aumento da procura pelos cursos é «evidência do crescimento da atractividade internacional» das escolas da instituição, «verificando-se um crescimento muito expressivo do número de candidatos internacionais que querem vir estudar Hotelaria e Turismo para a rede de escolas do Turismo de Portugal».
Os cursos leccionados em português com maior procura «continuam a ser os da área da Cozinha e Pastelaria com destaque, nesta segunda fase, para dois cursos que não costumam ter uma procura muito elevada e que agora revelaram um crescimento: Turismo Cultural e Património e Gestão de Turismo».
A autoridade de turismo explica ainda que tem vindo a verificar «um crescimento na procura pelos cursos» e que os alunos «são jovens com um perfil muito específico, muito focados em construir uma carreira no sector do turismo», e que apostam nas escolas portuguesas pela “qualidade” da formação, pela «inovação que caracteriza os projectos educativos», nomeadamente pelas «metodologias de formação, bastante mais práticas, aplicadas e com total ligação ao sector», e ainda pela “notoriedade” que as escolas reivindicam ter a nível nacional e internacional junto do sector.
Com a chegada da pandemia à Europa, a conclusão do ano lectivo foi diferente do habitual. No último ano lectivo, 648 alunos concluíram a sua formação nestas escolas. A mesma publicação indica que, o Turismo de Portugal assume que, «de momento, ainda estão a decorrer os inquéritos junto dos ex-alunos», pelo que ainda não dispõe de dados concretos.
No entanto, as informações recolhidas até agora «apontam para uma situação positiva, em que muitos dos ex-alunos estão já a trabalhar». Os resultados deste inquérito só serão divulgados em Novembro, adianta.