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Cada personalidade tem hábitos diferentes. Descubra a sua e aprenda a motivar-se
A maioria das pessoas encaixa-se em quatro grupos de personalidade de acordo com os seus hábitos, os quais são moldados pelo que as impulsiona (ou não). Compreender a classificação não só facilita a automotivação, como desenvolve a capacidade de liderar.
Diante das mesmas expectativas, cada um responde de forma diferente. Por que é que isso acontece?
A escritora Gretchen Rubin, durante as pesquisas para escrever o livro “Better than Before: Mastering the Habits of Our Everyday Lives”, observou uma relação entre a personalidade e os hábitos que as pessoas mantém. As suas descobertas foram descritas num artigo para a Harvard Business Review.
Partindo do pressuposto de que lidamos com dois tipos de expectativas: externas, como um prazo para entrega de resultados, e internas, como “parar de comer doces” – ela questiona: Como responder a uma expectativa?
Na prática, Gretchen percebeu que a maioria das pessoas encaixa-se em quatro grupos distintos: Upholders, Questioners, Obligers e Rebels. A fórmula que a autora propõe é simples: perceba em qual deles você se encaixa, descubra o que o motiva e saiba como criar novos hábitos com facilidade. Compreender como as quatro personalidades funcionam também ajuda a motivar os outros quando num posição de liderança.
As quatro personalidades
Upholders
Os defensores respondem prontamente às expectativas internas e externas. Não têm grandes problemas em cumprir compromissos, prazos ou manter resoluções. A sua vontade de entender e atender ao que é esperado fomenta um instinto forte de autopreservação (de onde vem o nome da categoria), que contrabalança um pouco com a disposição em cumprir o que os outros esperam.
No entanto, este grupo tem dificuldade em situações em que as expectativas não estão claras. Eles podem sentir-se compelidos a atender mesmo às que parecem inúteis e ficam desconfortáveis ao infringir regras (até as completamente desnecessárias).
Questioners
O grupo dos que questionam todas as expectativas e só lhes respondem se acreditarem que elas têm um propósito e podem ser justificadas. No geral, são pessoas motivadas pela razão, pela lógica e pela justiça.
Decidem por si mesmos se uma acção é uma boa ideia, e resistem ao que parece arbitrário ou que não tenha finalidade válida. Transformam todas as expectativas em expectativas internas, o que faz com que sejam pessoas intelectualmente motivadas, dispostas a pesquisar incansavelmente para chegar às suas conclusões.
Obligers
Têm facilidade em responder às expectativas externas, mas não às próprias. Não decepcionam os outros, mas decepcionam-se a si mesmos. Resultado: uma dificuldade em se automotivarem.
Precisam da responsabilidade exterior, com consequências – como prazos, taxas, medo de desapontar – de modo a atender a uma expectativa. Se um indivíduo desse grupo está com dificuldades em cumprir alguma actividade, provavelmente, deve-se à falta de responsabilidade externa.
O facto de se sentirem “obrigados” a cumprir as expectativas dos outros faz com que sintam dificuldades em dizer “não”.
Rebels
As pessoas que resistem a todos os tipos de expectativa compõem este grupo. Elas só optam por agir a partir de um sentido de escolha, de liberdade. Resistem ao controle – até mesmo ao autocontrole – e gostam de desrespeitar regras e expectativas.
Embora se recusem a fazer o que “devem”, conseguem atingir seus objectivos. É um grupo que valoriza muito a autenticidade e a autodeterminação. São indivíduos que, por vezes, desagradam aos outros por não se deixam ser solicitados ou instruídos.
Como criar novos hábitos e motivar os outros, de acordo com as personalidades
“As pessoas mais felizes e bem-sucedidas são aquelas que descobriram maneiras de explorar as suas tendências para seu benefício, da mesma forma que descobriram maneiras de compensar as suas limitações. Entendendo melhor a nós mesmos e aos outros, colaboramos com a construção de vidas mais felizes, saudáveis e produtivas”, afirma Gretchen Rubin.
A partir do conhecimento sobre a sua personalidade no que diz respeito à “motivação”, é possível criar novos hábitos. Esse entendimento também possibilita contrabalançar as tendências que dificultam seus objectivos – sejam eles de cumprir mais ou menos expectativas externas ou internas.
Tentar equilibrar os seus estímulos e criar novos hábitos é uma alternativa. Outra é utilizar o que o motiva para conseguir alcançar as suas metas.
Da mesma forma, considerar as tendências de cada personalidade é uma boa forma de persuadir os outros à acção como líder.
Muitas vezes, a melhor forma de motivar um grupo é focar em soluções que impliquem responsabilidade e razões concretas. No entanto, isso não é uma regra, o ideal é analisar cada grupo e aplicar métodos adequados aos estímulos que mais respondem.