
Mais de 70% das empresas em Portugal não prevê despedir até final do ano
De acordo com o inquérito promovido pela Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e pelo Marketing FutureCast Lab do ISCTE, até ao fim do ano 73% das empresas espera manter o número de colaboradores, 10% planeia aumentar em média 9% e 17% das empresas espera diminuir o número de colaboradores (em média de 25% o número de efectivos).
O número de empresas que preveem diminuir o número de empregados passou de 21% para 17%, o que é uma evolução positiva.
O inquérito feito às empresas em Portugal sobre a sua situação actual e as expectativas que têm para o último trimestre do ano, marcado COVID-19 indica também que 77% das empresas considera que os programas de apoio estão aquém (ou muito aquém) do que necessitam.
Já o número de empresas que tendo pedido financiamento bancário já o recebeu, subiu de 75% para 87% no último mês.
O mesmo inquérito mostra ainda que o número de empresas em pleno funcionamento aumentou de 84% para 86% e o número de empresas fechadas reduziu para apenas 1%.
O inquérito revela ainda que 72% das empresas mantiveram os prazos de pagamento aos fornecedores, 19% aumentaram em 42 dias e 9% diminuíram em 29 dias.
Em relação às vendas, mais de metade das empresas (56%) diminuíram 38% as vendas, 28% mantiveram e 16% das organizações aumentaram as vendas em 24%.
De forma geral as encomendas em carteira estão a diminuir em mais empresas do que aquelas que estão a aumentar e essa diminuição é mais forte (46% versus 9%, além de que a média nas que diminuem é mais forte do que a média nas que aumentam).
O estudo mostra também que as expectativas de vendas das empresas respondentes para os próximos três meses é claramente negativa face a 2019 (com 60% a esperarem uma diminuição versus 12% a esperarem um crescimento).
Das 60% das empresas que esperam diminuir vendas, a média da quebra esperada é de 36%. Enquanto as 12%, esperam aumentar 19% em média. Estes valores estão em linha com os valores pessimistas do mês anterior.
Este inquérito integra a segunda fase do Projecto Sinais Vitais, desenvolvido pela CIP, através das associações que a integram, em conjunto com o Marketing FutureCast Lab do ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, com o objectivo de recolher informação actualizada sobre a posição dos responsáveis pelas empresas portuguesas e sobre o impacto que diferentes situações têm nestas, no quadro da situação de excepção provocada pela pandemia.
Os inquéritos são feitos e divulgados regularmente e abordam temas considerados relevantes para a actividade empresarial, na actual situação de excepção, contribuindo para a existência de dados quantitativos fiáveis sobre a realidade das empresas, permitindo uma actuação dinâmica dos responsáveis políticos e do movimento associativo, a cada momento.