Os 5 I’s do intraempreendedorismo

Intraempreendedorismo, pensado ao nível micro – do indivíduo –, assenta na vontade de “fazer acontecer”, pelos colaboradores de uma organização, não porque alguém ordenou, mas antes porque houve algum gatilho ou incómodo que fez soar a necessidade ou o desejo de se fazer algo para mudar, melhorar ou inovar.

 

Por Rita Oliveira Pelica , Chief Energy Officer ONYOU & Portugal Catalyst – The League of Intrapreneurs

 

Uma inquietação constante, uma boa dose de ousadia e um olhar especial para detectar e explorar oportunidades que se possam tornar, um dia, novas linhas de negócio, produtos ou serviços, são alguns dos ingredientes que o intraempreendedor utiliza no seu dia-a-dia, para condimentar a vida organizacional – sempre tendo em vista adicionar valor. Parece uma espécie de adição, a procura constante pelo acrescentar de algo, que cause um impacto positivo nos processos e/ou nos resultados da organização.

Os 5 I’s do intraempreendedorismo ajudam a entender a lógica subjacente a esta mentalidade empreendedora e permitem responder à questão “como posso ser mais empreendedor na minha organização?”. Parte deste mistério parece que já ficou desvendado quando se falou em inquietação e em impacto, mas na verdade estes I’s não pertencem aos 5 I’s do intraempreendedorismo. Ou então, podemos sempre apresentar uma proposta de evolução para os 7 I’s do intraempreendedorismo. Adiante, não é tempo para invenção! (Passam a 8?).

Menos conversa e mais acção! Quais são os 5 I’s do intraempreendedorismo? Há alguma ordem ou sequência a seguir? E a resposta evidente é… depende da inspiração. (Eis já um 9.º I).

No início de todo este processo de vocação empreendedora parecem estar a intenção, a imaginação e a informação. Mas por onde começa a história? Dependendo de quem a conte, do momento e até do contexto, a história pode ter uma tri-versão do era uma vez…  Mas vamos imaginar que há uma ideia que surge porque se procurou responder à questão: “E se…. melhorássemos X, Y ou Z?”.

Take 1. A imaginação pode ser o motor de desenvolvimento das ideias. As organizações já praticam brainstormings, num cuspir de ideias que podem ganhar vida ou que podem acabar amarrotadas num post it (R.I.P), mas isto por si só é, manifestamente, insuficiente. O que parece faltar às vezes, para fazer as ideias vingar, é a intenção.

Take 2. Ou seja, deixar claro qual é a intencionalidade de se fazer isto ou aquilo, qual é o propósito. Não é fazer por fazer. Deliberadamente é expressa uma motivação – dado um motivo para a ação que justifica a sua realização. Naturalmente, precisamos de informação neste processo.

Take 3. Mas será a informação uma consequência e uma necessidade nesta fase ou deverá, claramente, a narrativa começar assente em informação? Voltamos ao ponto de partida, se vos parecer mais adequado. Take 1, outra vez? Partindo da observação e/ou da recolha de dados – pode ser dado o mote para que a imaginação e a intenção se possam só então “chegar à frente”. Podem ser os resultados do ano ou do trimestre anterior, a saída de um grande cliente, ou uma crise, que dê o alerta para a necessidade de, intencionalmente, se pensarem em cenários possíveis para se lidar com a situação.

Geração de ideias precisa-se. Procuram-se pessoas com capacidade de resolução de problemas – imaginativas –, que encontrem boas ideias e alternativas onde alguns só veem obstáculos.

Take 4. É tempo de rapidamente se desenharem soluções que visem trazer inovação (da mais incremental à mais disruptiva) esse combustível tão crítico para a performance das organizações.

Take 5. Finalmente, tempo de implementação, a hora da verdade, na qual as ideias passam à acção e são testadas e validadas. Sim, ou não. Tempo de (re)apreciação e melhoria. Numa história organizacional que se quer sem um fim à vista, marcada por uma vivência rica em experiências e aprendizagens e não por uma mera questão de sobrevivência.

Imaginação. Intenção. Informação. Inovação. Implementação. Esta é a base, sem ordem deliberada, a estrutura que serve um propósito organizacional. É aqui que importa que seja colocada a inteligência para se planear e executar esta jornada pelo mundo do intraempreendedorismo. (E os 5 I’s passam a 10 I’s!).

 

 

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