Quantas decisões toma todos os dias? Para o CEO da Amazon, se é um líder de topo, não deve ultrapassar este número (e é baixo)
Se pensar bem, toma dezenas de decisões por dia. E se tiver uma função de liderança, o número aumenta exponencialmente. Seja na vida pessoal ou na vida profissional, somos forçados a tomar inúmeras decisões, desde as mais insignificantes, como que tipo de acompanhamento fazer ao jantar, às mais complexas, como que tipo de linguagem usar num email importante.
Mas se analisar melhor, não são realmente “decisões” porque já sabe o que fazer. Quase tudo o que “decidimos” tem uma resposta. Que tipo de acompanhamento fazer ao jantar? Vá pelo esparguete. Que tipo de linguagem usar naquele email? Seja claro e transparente.
E esta é a maravilha dos processos e das rotinas. As regras não são restrictivas, são libertadoras, porque libertam-nos de ter de tomar “decisões”. Em vez de despendermos energia mental e força de vontade a escolher, tudo o que temos de fazer é agir.
Com o passar do tempo, essas acções tornam-se hábitos e aí definitivamente não é necessário tomar decisões porque os hábitos não implicam esforço (para o bem e para o mal, claro). Então o que acontece quando se liberta de todas essas “decisões”?
Três grandes decisões
Jeff Bezos diz que um executivo sénior não é pago para tomar centenas de decisões todos os dias. É pago para tomar um pequeno número de decisões com qualidade.
Tal como o CEO da Amazon revelou à Fast Company, «Temos de pensar dois ou três anos à frente e se já o estamos a fazer por que razão preciso de tomar centenas de decisões hoje? Se tomar três boas decisões por dia é suficiente e claro devem ser da melhor qualidade que eu conseguir. Warren Buffett diz que, para ele, é suficiente tomar três boas decisões por ano, e eu acredito nisso.»
Claro que há uma grande diferença entre tomar três boas decisões por dia e três por ano. Porém, essa diferença também é fácil de explicar.
Lançar uma startup, tal como começar algo practicamente do zero, requer tomar inúmeras decisões. Desde as infraestruturas, branding, estratégias de preços, de marketing, está tudo no ar. É impossível, como diz Bezos, «trabalhar no futuro» quando ainda não se descobriu presente.
Basta apenas tomar uma decisão: não ter mais de “decidir”. Se ficar provado que a decisão foi errada e precisa de ser revista, o único que tem de fazer é agir. Com tempo, verá que o número de decisões que precisa de tomar todos os dias diminuirá rapidamente.
O que significa que pode focar toda essa energia mental em delinear estratégia em vez de decisões tácticas. Pode focar-se em tomar decisões que definam o rumo para os meses seguintes ou até mesmo anos.
Iniciar um negócio ou não. Lançar uma nova linha de produto, ou não. Abrir uma nova sucursal, ou não. Levar a sua vida, saúde, formação, relacionamento, etc, para uma nova direcção, ou não.
Tomar menos “decisões” liberta-o para pensar nas coisas que irão fazer realmente a diferença tanto na sua vida profissional como pessoal. Se pensar assim, não terá realmente de tomar mais de três boas decisões por ano. Especialmente se essas decisões o ajudarem a tornar-se a pessoa que quer ser ou construir a vida que realmente quer viver.