Quase metade dos líderes acha que os recém-graduados não estão preparados para o mundo do trabalho. E alguns evitam contratá-los
A Geração Z está a entrar no mercado de trabalho e, embora muitos recém-licenciados estejam entusiasmados com as oportunidades que os aguardam, um estudo recente revelou que o sentimento dos profissionais mais velhos pode não ser mútuo, revela o Insider.
Uma pesquisa recente da Intelligent, revista online focada na vida estudantil, revelou que 40% dos líderes empresariais inquiridos consideram que os recém-licenciados dos anos 2020 a 2023 (maioritariamente da Geração Z) não estão preparados para o ambiente de trabalho e alguns deles evitam mesmo contratá-los.
A Intelligent questionou 1.243 líderes empresariais, com idades entre 30 e 60 anos, com funções de C-Level, gestor de RH, director, presidente, partner ou senior manager, em empresas com mais de 10 pessoas. Os dados revelam que esta má percepção pode estar inclusivamente a afectar as decisões de contratação.
Dos 40% que disseram que os recém-formados não estão preparados para ingressar no mercado de trabalho, 94% revelaram que evitam contratá-los: 7% admitiram que o fazem sempre, 27% geralmente evitam fazê-lo, 40% fazem-no “às vezes” e 20% disseram que “raramente” o fazem.
Segundo os respondentes, os graduados da Geração Z têm características negativas, incluindo uma fraca ética de trabalho, competências de comunicação abaixo da média e falta de humildade.
Para 62% dos que afirmam falta de preparação da Geração Z atribuem-no à cultura moderna e 48% culpam a pandemia. Alguns entrevistados também revelaram ser difícil trabalhar com recém-graduados porque os pais e professores não conseguiram prepará-los convenientemente para o mundo do trabalho. A grande maioria do subconjunto, cerca de 88%, acredita que “aulas de etiqueta” ajudariam.
Entretanto, a Geração Z enfrenta o seu futuro com receio. Uma pesquisa da Zip Recruiter descobriu que 76% dos inquiridos da Geração Z estão preocupados com a possibilidade de o ChatGPT os substituir no emprego.
Diane Gayeski, professora de comunicação estratégica no Ithaca College, disse à Intelligent que ninguém está realmente preparado para o mundo do trabalho, devido às rápidas mudanças na tecnologia, à demissão em massa de professores, enfermeiros e outros profissionais, e à pandemia.
Gayeski afirma que muitos membros da Geração Z podem ter as suas “competências pessoais” danificadas porque ainda estavam na escola durante a pandemia.
No entanto, algumas empresas e universidades estão a tentar capacitar os membros da Geração Z para ingressar no mercado de trabalho, noticiou o Wall Street Journal. Os cursos, que abordam comportamentos no escritório, dress code e outras competências interpessoais necessárias, podem ser benéficos – as tais “aulas de etiqueta” referidas pelos líderes.