Andreia Rangel, Deloitte: «As pessoas deverão sentir-se seguras para assumir riscos»

Na análise aos resultados da 50.ª edição do Barómetro da Human Resources, Andreia Rangel, directora de People, Purpose & Culture da Deloitte, destaca que «as pessoas deverão sentir-se seguras para assumir riscos e procurar a aprendizagem constante. O movimento será uma constante no futuro».

 

«O cenário corporativo está cada vez mais acelerado. Qualquer empresa que pretenda executar com êxito a sua estratégia tem de considerar que o mercado está em movimento, identificar tendências futuras e prever a melhor forma de satisfazer os requisitos, que estão sempre em evolução.

Os últimos anos trouxeram desafios sem precedentes e um mundo mais propenso à polarização do que antes. Mas, em vez de questões e problemas binários, surgiu um mundo mais multipolar, exigindo que operemos com mais nuances e maior contexto.

Hoje, as empresas competem pelas melhores pessoas com diferentes competências, mas também pela capacidade de abraçar rapidamente a transformação digital e a inclusão de inteligência artificial nos seus processos.

Por tudo isto, o papel da Gestão de Pessoas obriga a uma abordagem estratégica e visionária para alavancar a corrida competitiva e aumento de produtividade.

Num mundo onde as pessoas valorizam propósito, progressão e desenvolvimento, as organizações precisam de incorporar esses movimentos na experiência de trabalho e comunicar a visão inspiradora.

A rápida evolução tecnológica significa que as competências críticas estão a evoluir drasticamente. O upskilling (aperfeiçoamento de capacidades existentes) e o reskilling (aquisição de novo conhecimento/competências) tornam-se dinâmicas imperativas para que a organização se mantenha relevante e adaptável. Neste sentido, o talento tem de ser incentivado a reinventar-se, a manter viva a curiosidade em busca de conhecimento. As pessoas deverão sentir-se seguras para assumir riscos e procurar a aprendizagem constante. O movimento será uma constante no futuro.

Finalmente, a inteligência artificial que, entre outras valências, será uma excelente ferramenta que facilitará a tomada de decisão. Permitirá o desenvolvimento de análises preditivas que nos ajudarão a perceber e a agir rapidamente. Irá contribuir para melhorarmos processos, mas também monitorizarmos o nível de engagement e satisfação dos colaboradores. O gestor de Pessoas terá de equilibrar e considerar uma quantidade cada vez maior e mais complexa de informação com um largo espectro de inclusão e rigor ético.

Liderar com empatia será ainda mais necessário ao interligarmos a tecnologia com a humanização da experiência de trabalho. Ao fazê-lo com propósito, cultivamos um ambiente de aprendizagem alavancado numa aceleração tecnológica que nos conduzirá ao futuro, que já é presente.»

 

Este testemunho foi publicado na edição de Dezembro (nº.156) da Human Resources, no âmbito da L edição do seu Barómetro.

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