Sabe o que é a vida digital depois da morte? Larga maioria dos portugueses está preocupado

O mais recente estudo da Kaspersky, intitulado de “Excitement, Superstition, and Great Insecurity – How Global Consumers Engage with the Digital World” revela que 68% dos utilizadores portugueses acredita que as identidades dos falecidos são particularmente vulneráveis à usurpação de identidade, uma vez que muitas vezes ninguém monitoriza o que acontece às informações publicadas online.

 

Quanto à recriação da presença online com recurso à inteligência artificial (IA), mais de metade dos inquiridos portugueses (51%) discorda activamente. Contudo, 23% dos inquiridos portugueses consideram-na aceitável, o que realça as questões não resolvidas da privacidade e do respeito no domínio digital.

De acordo com o “Digital 2024 Global Overview Report”, realizado pela Kepios, 95% dos utilizadores da Internet utilizam agora as redes sociais todos os meses, com 282 milhões de novas identidades a aderirem entre Julho de 2023 e Julho de 2024. À medida que mais pessoas interagem online e as suas pegadas digitais se expandem, as preocupações com a privacidade, o legado e a utilização ética das identidades digitais tornam-se cada vez mais relevantes.

Este inquérito também releva que a maioria dos portugueses que participaram (68%) concorda que a presença online de pessoas que já faleceram pode ser recriada com recurso à IA. A atitude em relação a isso varia: 23% acreditam que é aceitável criar uma identidade digital de alguém que já não está vivo através de fotografias, vídeos ou outras recordações, enquanto a maioria (51%) discorda.

Curiosamente, a maioria das pessoas (72%) tem a certeza de que ver imagens ou histórias sobre pessoas que já faleceram pode ser perturbador para aqueles que lhes eram próximos. No entanto, 40% dos consumidores defendem de que não há limite de tempo para encontrar todas as imagens, vídeos ou gravações de voz alguma vez publicadas online relacionadas com uma pessoa específica.

Sendo que a vida digital depois da morte constitui uma preocupação para os portugueses, uma das formas de os utilizadores garantirem o controlo da sua presença digital após falecerem é incluir instruções no seu testamento: os participantes portugueses foram questionados e 63% deles concordam que qualquer pessoa com uma presença online deve especificar no seu testamento o que deve ser feito com os seus dados e contas sociais.

Em Junho, a Kaspersky solicitou à Arlington Research a realização de um inquérito online a 10 mil inquiridos com o objectivo de explorar a atitude dos inquiridos em relação às superstições digitais actuais, investigando também o papel da IA na vida humana e o tópico da imortalidade digital. A amostra incluiu 1000 inquiridos da Alemanha, França e Reino Unido e 500 da África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, Cazaquistão, China, Emirados Árabes Unidos, Espanha, Índia, Indonésia, Itália, México, Portugal, Rússia e Turquia.

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