Human Capital 4.0: o futuro dos Recursos Humanos na era digital

Por Teresa Lopes Gândara, Human Capital Senior director da Noesis

Na transição de um ano para o outro, os Recursos Humanos (RH) assumem um papel central, sobretudo na adaptação às mudanças constantes do mercado. Em 2025, mais do que nunca, espera-se que as tecnologias emergentes tenham um impacto crescente, transformando a forma como as empresas gerem e interagem com os seus colaboradores.

A Inteligência Artificial Generativa (GenAI) é uma das inovações que promete contribuir para a melhoria da experiência do colaborador. Entre as suas potencialidades, inclui-se a criação de percursos de carreira personalizados, a simplificação de processos de onboarding, o rápido e fácil acesso a documentação e informação útil, ou ainda a optimização de processos internos. Contudo, a implementação da IA deve considerar diferentes contextos, garantindo a protecção de dados pessoais do colaborador e de informação sensível da organização.

Falando em simplificação dos processos internos, a automação é outra das áreas que os Recursos Humanos poderão explorar – desde o processamento salarial até à administração de benefícios, fluxos de aprovações internas, entre outros – de forma a libertar os profissionais desta área de tarefas repetitivas, permitindo que estes se foquem em funções mais estratégicas, como a atracção e retenção de talento. Além disso, com o crescente valor dos dados no ambiente empresarial, a análise preditiva surge como uma ferramenta capaz de antecipar tendências, transformando a gestão dos Recursos Humanos no que diz respeito, sobretudo, às necessidades de contração.

Em 2025, as empresas devem, cada vez mais, ajustar-se à evolução tecnológica, não apenas para gerir a interacção entre as equipas remotas e presenciais, mas também para modernizar os processos de recrutamento e fortalecer a cultura organizacional, alinhando as expectativas dos talentos com as da organização. Por este motivo, é crucial que exista uma aposta contínua na formação das equipas de RH, preparando-as para enfrentar diferentes tipos de desafios que conduzam ao sucesso das empresas, aumentando a sua competividade.

É evidente que, à medida que as tecnologias se integram nos processos organizacionais, a transparência e a ética devem permanecer como pilares indispensáveis. A possibilidade de os colaboradores acederem a informações relevantes para o desempenho das suas funções e para a sua progressão na empresa, através de dashboards personalizados, por exemplo, contribui para um ambiente de trabalho mais inclusivo e transparente, mas que representa também uma responsabilidade acrescida para as empresas.

E por falar em responsabilidade, o equilíbrio entre tecnologia e humanização devem estar no centro das preocupações. As novas tecnologias aplicadas aos Recursos Humanos devem ser encaradas como aliadas no desenvolvimento do potencial humano, nunca como substitutas. Ou seja, é fundamental garantir que a interacção humana não se perde pelo caminho. A utilização inteligente da tecnologia para fomentar diversidade, inclusão e bem-estar representa uma oportunidade valiosa, mas que requer uma abordagem estrategicamente planeada e centrada nas pessoas.

Acredito que, em 2025, as empresas terão cada vez mais à sua disposição um leque de ferramentas tecnológicas que, se correctamente implementadas, podem revolucionar a gestão dos Recursos Humanos de uma forma muito positiva. As organizações que se conseguirem adaptar às novas exigências estarão mais bem posicionadas para alcançar o sucesso.

Ano novo, novas oportunidades e novos desafios!

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