Como aumentar o compromisso da equipa
Quando pensamos em liderar equipas, imaginamos uma equipa super alinhada e comprometida com os objectivos. Imaginamos aqueles finais de mês à “Lobo de Wall Street”, onde se ultrapassam todos os recordes. Contudo, nem sempre é assim.
Por André Rosa, consultor e formador em Liderança/ mestre em Gestão de Recursos Humanos
Em 2017, a Gallup fez um estudo que refere que apenas 15% dos colaboradores em todo o mundo estavam comprometidos com os seus empregos. Apenas 15%! E isto acontece, essencialmente, porque:
1. O líder não sabe como envolver as pessoas;
2. O líder não sabe como envolver as pessoas;
3. O líder não sabe como envolver as pessoas;
4. O líder não sabe como envolver as pessoas;
5. O líder não sabe como envolver as pessoas.
Não, não é um erro. Quando as pessoas não estão comprometidas, é porque o líder não sabe como envolver as pessoas. Talvez isto custe a ler, mas quando lideramos equipas, muito do clima que se vive na empresa é autorizado por quem lidera. É quem lidera que define os limites. É quem lidera que impõe o ritmo. É quem lidera que autoriza comportamentos. E, na liderança, há coisas que são inegociáveis se queremos equipas mais comprometidas.
Uma dessas coisas deverá ser o compromisso das pessoas (lá está, o líder é que define o que é inegociável para si). De acordo com a Data Documentation Iniciative (2015), 50% das empresas questionadas para este estudo afirmaram que os seus líderes não são qualificados para liderar com eficácia nos tempos actuais e 71% afirmam mesmo que os líderes não estão prontos para liderar as suas empresas rumo ao futuro.
Agora pode estar a pensar: “André, isso parece muito autoritário!” Não. Ter limites, estabelecer regras e compromissos não é nada autoritário. É essencial para liderar. É essencial para que as pessoas saibam o caminho. É essencial para que todos falem a mesma língua. E, acredite, as pessoas precisam disso. Para além de precisarem, querem isso! O ser humano gosta de certezas. Podemos ter as pessoas da nossa equipa super alinhadas e ser uma pessoa muito amistosa. Contudo, ser amistoso não é igual a não ter limites.
E se já lidera há muitos anos, sabe que no início cometeu aquele erro que todos cometemos quando começamos este papel: querer que todas as pessoas gostem de nós. Essa visão é o oposto da liderança. Liderar é dar poder às pessoas, não fazer delas nossas amigas. Se, com o tempo, ficarmos amigos, excelente. Mas as pessoas vão para o local de trabalho para ganhar a sua vida e crescer profissionalmente.
Se não está convencido de que os líderes têm um papel crucial, deixe-me partilhar mais alguns dados:
Quase metade de 2257 colaboradores entrevistados em todo o mundo disseram que poderiam fazer o seu trabalho melhor do que a sua chefia (Randstad);
60% dos colaboradores saíram ou estão a pensar sair dos seus trabalhos porque causa das chefias (Randstad, 2018).
Então, o que podemos fazer para ter as pessoas mais comprometidas? Existem muitas coisas que podem ser feitas, mas a base passa por:
1 Ter objectivos claramente definidos e partilhados com as pessoas;
2 Ter um plano claro para alcançar esses objectivos;
3 Fazer um acompanhamento desse plano, medindo os resultados de perto;
4 Formar as pessoas, para que elas tenham os recursos necessários para alcançar as metas;
5 Promover actividades em grupo, para manter um espírito de equipa elevado.
Não é à toa que as cinco características essenciais para os líderes actuais são (1) pensamento estratégico; (2) tomada de decisão; (3) capacidade para gerir a mudança; (4) desenvolvimento de talento; e (5) capacidade de influência. Portanto, se quer equipas comprometidas, lidere.
Este artigo foi publicado na edição de Janeiro (nº.169) da Human Resources, nas bancas.
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