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Empresas em Portugal prevêem contratar mais
O maior estudo nacional sobre tendências de Compensação e Benefícios, conduzido pela Mercer, acaba de ser lançado. Conheça as previsões de como se vai comportar o mercado português nestas matérias, em 2016 e 2017.
Segundo o estudo Total Compensation Portugal 2016 realizado pela consultora Mercer, que analisou 160 232 postos de trabalho em 305 empresas no mercado português, o número de empresas dispostas a contratar novos colaboradores praticamente duplicou.
Com uma amostra que atingiu um número recorde de postos de trabalho analisados no estudo, 2016 confirma a tendência que se verificou no ano passado, sendo que o número de empresas que prevê aumentar o seu efectivo de colaboradores aumentou para 49% face aos 26% de 2015. Uma parte igualmente significativa (cerca de 44% das organizações) afirma que irá manter o número de colaboradores em 2016 e apenas 7% prevê reduzir o número de colaboradores. Para 2017, estima-se que o número de empresas que pretendem aumentar os quadros irá estabilizar-se na ordem dos 46%.
De acordo com Tiago Borges, responsável da área de Estudos de Mercado da Mercer, «Em 2015, o PIB real cresceu 1,5%, seguindo a tendência do ano anterior. Em 2016, as estimativas apontam para uma expansão semelhante e para 2017 prevê-se uma continuação da tendência de crescimento, com previsões que apontam para 1,7%. É uma conjuntura que também contribui para o aumento significativo da intenção de contratação de novos colaboradores – a taxa de desemprego reduziu de 12,6% em 2015 para 11,6% em 2016, sendo que se estima que se fixe nos 10,7% em 2017. No que se refere aos incrementos salariais por níveis funcionais em Portugal, tem-se observado que as funções de maior nível de responsabilidade têm sido as mais penalizadas em fases de contracção da economia, bem como as que mais recuperam em períodos de crescimento económico. No entanto, este ano, seguindo as tendências positivas, registou-se um aumento generalizado dos salários».
Principais Benefícios atribuídos pelas empresas em Portugal:
Complementos de Subsídio de Doença
Cerca de 37% das empresas participantes no estudo concedem aos seus trabalhadores um complemento de Subsídio de Doença. Para a maioria das empresas que concedem este benefício, o valor pago pela empresa não ultrapassa os 35% do salário base do colaborador. Tipicamente as empresas que concedem este benefício não fazem discriminação por antiguidade ou por outro critério, atribuindo-o de igual modo a todos os colaboradores (94%). Das empresas participantes no estudo, 59% (menos 4% em relação ao ano 2015) assegura o pagamento dos 3 primeiros dias de baixa não comparticipados pela Segurança Social.
Plano Médico
O Plano Médico constitui um benefício na maioria das empresas participantes no estudo (93%) estabelecendo-se como muito frequente na amostra analisada. O seguro de saúde para os colaboradores é muito frequentemente extensível aos familiares (registado em 59% dos inquiridos), considerando o cônjuge e filhos e inclui coberturas de hospitalização, parto, medicamentos, assistência ambulatória, estomatologia, próteses e ortóteses. Na maioria das organizações, o custo para o colaborador é totalmente suportado pela empresa (77%). No entanto, para a extensão do benefício a cônjuges e filhos é mais frequente existir uma comparticipação do colaborador caso o mesmo a deseje
Seguro de Acidentes Pessoais e de Vida
51% da amostra atribui Seguro de Acidentes Pessoais que inclui cobertura de assistência médica fora do país, roubo de bagagem, sinistros graves catástrofes naturais, entre outros, sendo que para a maioria dessas empresas o capital seguro é variável, tendo maioritariamente como referência o Salário Base (88% das observações). Quanto ao Seguro de Vida, 76% das empresas concede-o aos seus colaboradores. O Seguro de Vida típico concede coberturas complementares à cobertura de morte, particularmente invalidez (85%), morte em caso de acidente (86%) e invalidez em caso de acidente (82%).
Plano de Pensões
44% das empresas participantes no estudo concede aos seus colaboradores um Plano de Pensões, dos quais 32% são de Beneficio Definido e 40% de Contribuição Definida, sendo os restantes Planos Mistos (28%). Verifica-se que a maioria dos Planos de Benefício Definido e Mistos não prevê a atribuição de direitos adquiridos aos colaboradores antes da idade da reforma. Cerca de 30% dos planos prevê a antecipação da idade normal de reforma (65 anos). Nos planos que concedem benefícios de pré-reforma, a idade prevista varia entre os 50 e 60 anos.
Férias, outros benefícios e educação
Cerca de 57% das empresas concede dias de férias extra (além do regulamentado por lei) aos seus colaboradores, o que representa uma diminuição de 8% em relação a 2015. Cerca de 15% das empresas participantes pagam as quotas dos colaboradores em alguma associação profissional (menos 14% face a 2015) e 10% pagam a mensalidade de alguma atividade desportiva. Em 35% das empresas participantes no estudo da Mercer, as despesas associadas à educação dos colaboradores são asseguradas pela empresa (em média em cerca de 73% do custo total), estabelecendo em alguns casos um valor máximo limite. Cerca de 31% das empresas participantes atribuem subsídio escolar aos filhos dos colaboradores e cerca de 13% concede subsídios de creche.
Telemóvel
Na análise realizada, o plafond mensal de telemóvel pago pelas empresas desceu, em termos médios, face ao ano passado estando agora em 45€.
Empréstimos / Adiantamentos
27% das empresas participantes no estudo referem que concederam empréstimos/ adiantamentos aos colaboradores, com as seguintes finalidades. Um aumento face aos 24% apresentado em 2015.
Política Automóvel
A viatura é um benefício atribuído na maioria da amostra (91%). A viatura é atribuída maioritariamente para uso total (empresa e pessoal), sendo o critério de renovação normalmente igual a anos e a aquisição do automóvel realizada através de ALD / AOV em 64% das empresas.