
Quais as prioridades na Gestão de Pessoas?
Esta manhã, dia 23 de Novembro, a Eurogroup Consulting apresentou os resultados da 2.ª edição do estudo “Prioridades e Tendências da Gestão de Recursos Humanos em Portugal”. Como competências a melhorar nos profissionais da área, foi referido o conhecimento das tendências de mercado e o domínio da tecnologia e dos big data de RH.
Tendo como objectivos perceber as prioridades e tendências da gestão de Recursos Humanos em Portugal, quer para os chief executives officers (CEOs) quer para os directores de Recursos Humanos (DRH), e ainda qual o posicionamento da área RH nas organizações, o estudo da Eurogroup Consulting “Prioridades e Tendências da Gestão de Recursos Humanos em Portugal” baseou-se em quatro princípios orientadores: o negócio no actual contexto económico, a estratégia de negócio e gestão de RH, a importância e responsabilidades da gestão de RH e as competências da gestão de RH.
Uma das principais conclusões do estudo tem a ver com o papel da função RH na estratégia de negócio, denotando o aumento da influência dos RH na implementação da estratégia da organização, mas não nas fases de preparação e de discussão da estratégia de negócio.
Relevante também é o facto de ainda haver um foco muito específico dos DRHs especificamente nas áreas RH, demonstrando que ainda há muito trabalho a ser feito para que sejam considerados como business partners.
O estudo revelou ainda que o grau de conhecimento da estratégia vai diminuindo à medida que descemos na hierarquia organizacional, sendo que os colaboradores têm um grau de conhecimento médio/ baixo da estratégia da organização. No entanto, o grau de conhecimento sobre a estratégia dos responsáveis RH aumentou face a 2014.
No que respeita às prioridades na gestão de RH, uma visão global demonstra que o cumprimento da estratégia na organização é a prioridade número um quer para os CEOs quer para os DRHs. Aumentou a relevância do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (subiu duas posições) e diminui a prioridade “reduzir custos com pessoal”. Refere-se ainda o reforço na prioridade de implementação de sistemas de informação como suporte RH, principalmente por parte dos CEOs.
Nos últimos dois anos destacou-se o fortalecimento da cultura organizazional, mais referido pelos CEOs, e o planeamento eficiente dos RH, referido pelos DRHs. O top 5 das prioridades para os próximos dois anos continua o mesmo para CEOs e DRH, mas destaca-se ainda a preocupação em atrair e reter talento.
Já no top 3 da importância das responsabilidades da área RH, em primeiro surge a gestão do Talento, em segundo sistema de Gestão de Desempenho e em terceiro a implementação de Planos de Sucessão e Gestão de Carreiras. O estudo demonstra pouca prioridade em relação à implementação de programas de mobilidade funcional, ao desenho da estrutura organizativa e ao benchamarking, o que pode ser indicador de que é preciso pensar mais estrategicamente sobre as novas formas de gerir o talento (rotação funcional, digitalização e virtualização) e começar a olhar mais para as boas práticas de outras empresas.
As competências específicas das equipas de RH foram igualmente objecto de análise. Como pontos positivos, e CEOs e DRHs surgem alinhados, destacou-se o conhecimento do negócio, as competências técnicas, a prestação de serviço de qualidade e a capacidade de conduzir processos de mudança. Como competências a melhorar, foi referido o conhecimento das tendências de mercado e o domínio da tecnologia e dos big data de RH.
Outro dado interessante é que os CEOs defendem que o eixo prioritário de actuação da Gestão de RH é a cultura, sendo que também acreditam que têm capacidade de resposta para o efeito, mas em segundo lugar de importância surge o engagement e o compromisso (que para os DRHs é o eixo prioritário), mas não acreditam que tenham capacidade de resposta ao mesmo nível (aparece em sétimo).
O big data e os RH analitics, o RH digital e a GIG economy surge em 8.º, 9.º e 10.º, respectivamente, quer em prioridade, quer em capacidade de resposta, o que é indicador da pouca importância que ainda é dada a estes temas, que serão temas incontornáveis no futuro.
Negócio
Em termos de negócio, o estudo revelou que a maioria das empresas (63%) afirma ter aumentado o volume de facturação. Em relação aos custos, 44% revela que houve uma redução. Não obstante, 43% dos inquiridos garante que o aumentou de colaboradores aumentou.
Entre as principais medidas aplicadas para reduzir os custos, destaque para a renegociação de contratos com fornecedores (28%) mas também para a diminuição de postos de trabalho (15%). Uma medida nova que surgiu foi a renegociação da dívida (6%).
Por outro lado, no geral, as empresas preveem um aumento do budget para a área de RH, sendo curioso que os CEOs demonstrem maior inclinação a investir em RH do que os responsáveis pela Gestão RH.
Os resultados do estudo foram apresentados por Teresa Furtado, manager da Eurogroup Consulting. Seguiu-se uma mesa redonda de debate destes temas, onde participaram António Pita de Abreu (responsável da Universidade EDP), Rui Miguel Nabeiro (administrador da Delta Cafés – Grupo Nabeiro), Luís Wissmann (director de Recursos Humanos da José de Mello – SGPS) e Maria do Rosário Vilhena (directora de Recursos Humanos e Serviços da Nestlé). A moderação ficou a cargo de José Manuel Azevedo, partner da Eurogroup Consulting.
A sessão terminou com a partilha de experiências sobre os desafios que se colocam à gestão de RH, entre todos os que assistiram à apresentação, tendo depois sido divulgadas as conclusões.