
Opinião: Motivação
Mariana do Canto e Castro, directora de RH e Jurídico da Randstad Portugal, explica como a superação e brilhantismo desportivo nos atletas de alto desempenho pode servir de paralelo à motivação nas empresas. Treinar com empenho e perseverança para alcançar resultados.
No momento em que decorreu as Olimpíadas do Rio 2016 e em que todos os dias assistimos a momentos de superação e brilhantismo desportivo, podemos questionar-nos o que faz com que aqueles atletas de alto desempenho, treinem com tanto empenho e perseverança para conseguirem aqueles resultados.
O prémio que os espera no final das competições e as medalhas que os aguardam no pódio, implicam um trabalho intenso e um imenso esforço para serem conseguidas. A diferença das milésimas de segundo que fazem ganhar a medalha de ouro ou o milímetro mais à frente com que se atravessa a meta, arrancados, tantas vezes quando tudo parece estar perdido ou quando já não resta mais força nem energia, são um exemplo perfeito de como a motivação que verdadeiramente importa está dentro de nós.
O apoio, o entusiasmo, as palmas, ajudam seguramente, mas é algures dentro de nós, no silêncio em que nos encontramos connosco, que vamos buscar a capacidade de conseguir fazer a diferença, indo buscar força onde só parece haver cansaço, energia onde nada mais parece restar e determinação absoluta onde tantas vezes a adversidade está à nossa volta.
Esse poder de nos mantermos focados no nosso objectivo, emocionalmente despertos mas em controlo total de nós próprios, essa é a verdadeira essência da motivação.
Tudo o resto ajuda, facilita e torna as coisas mais exequíveis, mas se dentro de nós próprios essa “qualquer coisa” indeterminada não existir, então nada irá funcionar.
Sendo a motivação, algo de indefinido e abstracto, mas algo que quase sempre entendemos como externo a nós, se mantivermos essa convicção, então nunca estaremos verdadeira e completamente motivados.
Um bom ambiente de trabalho é essencial. Um clima organizacional estimulante e intelectualmente desafiante, são incontornáveis. Uma empresa com uma cultura ética e saudavelmente competitiva, é aquilo que todos ambicionamos.
No entanto podemos ter tudo isso e sentirmo-nos desmotivados… E, podemos não ter nada disso, e, ainda assim, sermos capazes de continuar rumo ao triunfo…
A boa notícia, porém, é que essa “qualquer coisa”, já vem como “equipamento de série” em todos nós… Todos temos, em abstracto, essa capacidade de, querendo, sermos a nossa própria principal causa de motivação.
Para isso, tal como os atletas olímpicos, temos de procurar incansavelmente o que nos motiva; temos de trabalhar sem descanso para nos treinarmos nessa auto suficiência; e quando já nos sentirmos confiantes para “estar em prova”, só temos de continuar o exercício, com um pouco mais intensidade.
Seja num “sprint” final de 100 metros, seja após percorridos todos os quilómetros da maratona, temos de saber que não desistimos e não paramos até alcançar o nosso objectivo… Ter “sorte” e ganhar, implica muito treino e muito trabalho…. Estar motivado também….
A vantagem é que uma vez encontrada a fórmula, ela fica connosco para sempre, tal como as medalhas de ouro que os atletas de excelência levarão para casa uma vez terminados os jogos.