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Sustentabilidade e Direitos Humanos: Empresas portuguesas no top 10
Portugal está no top 10 das empresas que reportam sustentabilidade e direitos humanos. 80% das 100 maiores incluem a sustentabilidade nos relatórios corporativos e 54% das grandes empresas submetem-nos a verificações por entidades externas, revela um estudo da KPMG.
O Survey of Corporate Responsability Report 2017 da KPMG analisou relatórios e contas e relatórios de responsabilidade corporativa das 100 principais empresas em termos de rentabilidade de 49 países, incluindo Portugal, num total de 4900 empresas, concluindo que, a nível de direitos humanos, 72% das 100 maiores empresas analisam o tema nos seus relatórios.
58% das empresas portuguesas estabeleceram relações entre os negócios e os Objectivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
A nível global, quase três quartos (72%) das grandes e médias empresas não reportam os riscos financeiros inerentes às alterações climáticas nos seus relatórios financeiros anuais. Entre a minoria que reconhece os riscos relacionados, menos de um em cada 20 (4%) transmite aos investidores uma análise sobre o potencial valor comercial que pode estar em risco.
O estudo da KPMG encontrou apenas cinco países onde a maioria das empresas menciona, nos seus relatórios, os riscos financeiros associados a alterações climáticas: Taiwan (88%), França (76%), África do Sul (61%), EUA (53%) e Canadá (52%). Na maioria dos casos, a divulgação de riscos relacionados com o clima é obrigatória ou encorajada nesses países pelos governos, bolsas de valores ou reguladores.
Acima da média entre 49 países
Em termos de indústrias, as empresas dos sectores do papel (44%), químico (43%), minas (40%) e petróleo e gás (39%) apresentam as maiores taxas de reconhecimento dos riscos climáticos nas suas demonstrações financeiras. A este grupo seguem-se os sectores automóvel (38%) e serviços públicos (38%). Já os sectores de saúde (14%), transportes e lazer (20%) e retalho (23%) são os sectores menos propensos a reconhecer riscos climáticos.
Olhando para as 250 maiores empresas do mundo (G250), o reconhecimento público dos riscos financeiros associados a questões climáticas é mais comum. As multinacionais sediadas em França lideram, com 90% a reconhecerem sempre nos seus relatórios os riscos relacionados com o clima. Seguem-se as grandes empresas com sede na Alemanha (61%) e no Reino Unido (60%).
Pedro Silva, director da KPMG Portugal, afirma que «este estudo confirma que as empresas portuguesas estão muito atentas às implicações financeiras que os temas da sustentabilidade, nomeadamente as alterações climáticas, podem ter no seu negócio. Portugal está muito acima da média mundial e europeia no reporte destes temas, já que mesmo entre as maiores empresas do mundo, poucas são por exemplo, as que reportam aos investidores os riscos inerentes às alterações climáticas», salienta.
O estudo analisou 49 países: África do Sul, Alemanha, Angola, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, Cazaquistão, Chile, China, Chipre, Colômbia, Coreia do Sul, Dinamarca, Emirados Árabes Unidos, Eslováquia, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Índia, Irlanda, Israel, Itália, Japão, Luxemburgo, Malásia, México, Nigéria, Noruega, Nova Zelândia, Omã, Peru, Polónia, Portugal, Reino Unido, República Checa, Roménia, Rússia, Singapura, Suécia, Suíça, Tailândia, Taiwan, Turquia.
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