«A aposta no reskilling e upskilling é fundamental para o futuro das organizações», faz notar Nuno Gonçalo Simões

Nuno Gonçalo Simões, director de Capital Humano da PwC, defende que «a aposta no reskilling e upskilling é fundamental para o futuro das organizações. Temos de valorizar as nossas pessoas, potenciar o seu crescimento e aprendizagem, ajudar a que tragam cada vez mais valor acrescentado e a que estejam preparadas e confiantes para mudanças aceleradas como as que estamos a passar», afirmou. Leia a sua análise aos resultados do XXXIII Barómetro Human Resources.

 

«No Barómetro da Human Resources deste mês, e de forma generalizada, continuamos a ver reflectido nas respostas o impacto que a convivência com a pandemia tem tido na sociedade e na economia nos últimos oito meses. Começo por destacar o teletrabalho, num momento em que existem indicações para que seja essa a prioridade de actuação sempre que possível. O facto de mais de 95% das respostas considerarem relevante a necessidade de regulação e clarificação do teletrabalho e de modelos híbridos que começam a surgir, é ilustrativo de que existem muitas zonas cinzentas a trabalhar ao nível da legislação laboral e na definição de boas práticas que possam potenciar a flexibilidade desta forma de trabalho, que veio para ficar. Saliento igualmente os 25% de respostas que consideram que “o direito a desligar” é algo que deverá ser tido em conta em eventuais mudanças na legislação laboral. Numa altura em que existem mais pessoas a trabalhar a partir de casa, este tema tenderá também a ganhar maior relevância, pois poderá existir uma tendência para que as barreiras dos horários tradicionais sejam esbatidas. A definição de limites para que possa existir o “desligar” é fundamental para o bem-estar das pessoas, na vertente da sua saúde física e mental. Por fim, gostaria de destacar os ainda tímidos resultados na promoção do reskilling e upskilling nas empresas, sendo que apenas 20% das respostas mencionaram estar a potenciar estas vertentes na maioria das suas pessoas, estando 55% a fazê-lo somente numa minoria. A aposta no reskilling e upskilling é, na minha opinião, fundamental para o futuro das organizações, pois temos de valorizar as nossas pessoas, potenciar o seu crescimento e aprendizagem, ajudar a que tragam cada vez mais valor acrescentado e a que estejam preparadas e confiantes para mudanças aceleradas como as que estamos a passar. Se isso acontecer, certamente existirão aumentos na produtividade. A diferenciação e a competitividade deveriam passar pelo aumento das competências e pela inovação, e não só pela redução dos custos.»

Este testemunho foi publicado na edição de Novembro (nº. 119)  da Human Resources, no âmbito da XXXIII edição do seu Barómetro.