A arte da segmentação das pessoas

Por Vera Norte, Co-Founder & Managing Partner do Comunicatorium

Há uns dias deparei-me com este POST sobre segmentação associada à evolução que as redes sociais trouxeram nomeadamente no marketing digital, e que levantam novas oportunidades e necessidades de segmentação.
Era uma vez uma determinada análise da qual constavam as seguintes premissas:
Homem, nascido em 1948, a viver no Reino Unido , casado duas vezes, a viver num castelo, rico e famoso.
A pergunta que se coloca é:
De que perfil se trata? Conseguem visualizar?
A resposta são duas hipóteses bem distintas: Príncipe Charles e Ozzy Osbourne.
O marketing percebeu que este tipo de segmentação demográfica quando quer caracterizar, conhecer  os seus clientes, não é suficiente e leva muitas vezes a conclusões perfeitamente erradas de como posicionar o seu produto. É preciso uma caracterização bem mais profunda para perceber gostos, preferências, atitudes.
Na área da Gestão das Pessoas e dos seus talentos parece-me que este entendimento individualizado do que cada colaborador pode aportar , do que cada colaborador precisa e aporta para a organização é fundamental para o desenvolvimento individual e coletivo da organização e para o seu progresso e sucesso. Pergunto-me porque insistimos em colocar as pessoas em caixas. Caixas que representam exclusivamente o ano em que se nasceu… Baby Boomers se nasceu entre 46 e 64… São éticos, otimistas e gostam de mentoria… Millennials se nasceu entre 80 e 95 , São pro-tecnologia colaborativos e focados no “bem maior”… Geração Z se nasceu depois de 96, são fluentes digitalmente, práticos e adaptáveis a diversos ambientes… Será?
Será que a idade, o ano em que cada um nasceu é o que condiciona o seu valor a sua competência o seu saber?
Queria trazer outra abordagem a este tema mas a conclusão quanto a mim é a mesma. É preciso diversificar aceitar e gerir as diferenças e não só no que se trata de género, nacionalidade, etnia ou de qualquer outra diferença, acrescentem também a idade. Infelizmente temos em Portugal muitas pessoas competentes, desempregadas e com dificuldade em manter ou tonar a ter um emprego, porque estão no segmento etário errado.
Não faz sentido não avaliar não entrevistar e sobretudo negar o direito ao trabalho a alguém só porque não é da geração Z? Só porque nasceu baby boomer?