“A questão cultural é um dos bloqueadores”

Diogo da Silveira, CEO da The Navigator Company, não tem dúvidas: «A Meritocracia é quase impossível de realizar na sua totalidade. Mas alcança-se através da conquista do próprio, não vem por outros meios, vem do esforço e das práticas diárias».

 

Na manhã de dia 25 de Novembro, sexta-feira passada, realizou-se a XII Conferência Human Resources sobre “Uma Questão de Meritocracia”, no Hotel Dom Pedro, em Lisboa. Diogo da Silveira, keynote speaker e CEO da The Navigator Company, partilhou a sua experiência profissional de longos anos, no estrangeiro e em Portugal. No nosso país encontrou na cultura um dos bloqueadores da Meritocracia. Há ainda muitos «paternalismos», garante. E explica: «genericamente, em Portugal as pessoas são mais próximas, a solidariedade faz com que tenham menos coragem para tomar decisões negativas. E há outro aspecto, o peso das empresas de cariz familiar é elevado e é difícil avaliar objectivamente. São poucas as casas que conciliam gestão familiar e meritocrática», assume em tom provocatório.

«Também é importante reconhecer o demérito. A dificuldade deste tema é a assimetria dos possíveis». No sentido em que o reconhecimento pela positiva é uma prática corrente, mas pela negativa é difícil. É importante reconhecer o bem e o mal, ressalva. «Em muitos casos ainda existe pouco feedback construtivo e reconhecido com base na meritocracia», lembra.

Diogo da Silveira assumiu os comandos da The Navigator Company há 2 anos e 8 meses, no seu percurso soma uma carreira internacional e rica em experiências, liderou a Açoreana Seguros, a ONI, a Isoroy (Sonae Indústria em França), a Novis Telecom (SonaeCom), foi também COO do Banif, do retalho especializado na Sonae Distribuição, tendo passado pela consultoria, na Mckinsey como partner e tendo entrado no mercado de trabalho na área do Marketing em França.

Falou da importância de um CEO saber escolher através do mérito os administradores executivos; observou a realidade do sistema público; a questão dos sindicatos.

E ressalvou que para resolvermos estas questões devemos pedir a ajuda de consultores especialistas, de forma a introduzir melhores práticas; devemos dar formação; e dar o exemplo sempre. «Mas atenção é um processo gradual, demora anos».

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