A tempestade e a Gestão de Pessoas
Opinião de Ricardo Florêncio
Director da Revista HR Portugal
Editorial publicado na edição de Fevereiro 2012 da revista HR Portugal
Estamos num período em que os temas financeiros se sobrepõem a todos os outros.
É das alturas em que mais ouvimos referências a taxas de juro, incumprimentos, dívida pública, dívida soberana, maturidade, entre muito outros termos. E na verdade, todos nós, o País, as empresas, nós próprios, nos encontramos suspensos e preocupados com toda esta temática.
Contudo, é exactamente nesta altura que o papel do Gestor de Pessoas, a função Recursos Humanos, assume uma importância vital.
É exactamente agora, que as pessoas mais precisam de protecção, de ajuda, de uma visão diferente da situação. E necessitam desta protecção a três níveis. Delas próprias, para combater o pessimismo, o provável sentimento depressivo, a visão negativa de tudo. Da empresa onde trabalham, pois foram criadas expectativas que agora não poderão ser cumpridas, a visão e o caminho que havia a percorrer, e onde elas têm participado, e que agora terá de ser alterado do ambiente efusivo, que agora esmoreceu. E de empresas concorrentes, que poderão aproveitar estas mesmas fragilidades, para atacar e desafiar os recursos mais interessantes e importantes para as empresas, privando-as dos seus melhores recursos.
E mesmo nestas horas de maior aperto, não nos devemos esquecer que os maiores activos que as empresas têm são as Pessoas. Os melhores e mais necessários recursos são os humanos.
É muito “fácil” numa altura destas as organizações esquecerem-se desta situação, razão pela qual os gestores de pessoas, estejam onde estiverem no seio da organização, terão de ir recordando os demais.
E os responsáveis pelas áreas de Pessoas/ Recursos Humanos dentro das organizações, pela proximidade que têm junto dos Presidentes e CEOs, têm assim um papel crucial nestas alturas, sendo o fiel garante que as organizações nunca se esqueçam desta questão.
A seguir à tempestade vem a bonança, e aí vão ter sucesso quem tiver os melhores recursos.