As mais de quatro mil startups em Portugal são responsáveis por 25 mil empregos

Existem 4073 startups em Portugal que geram, no seu conjunto, 2,3 mil milhões de euros de volume de negócios e 1,3 mil milhões de euros em exportações, sendo responsáveis por cerca de 25 mil empregos.

 

Os dados resultam da actualização dos critérios para a definição de startup feita em parceria com a Startup Portugal, IDC e Informa D&B, no âmbito da apresentação realizada no Web Summit que se realizou esta semana em Lisboa. Esta actualização, que resulta da transposição da Lei 21/2013 de 25 Maio, incidiu nos critérios relacionados com o perfil da empresa, o seu financiamento e reconhecimento e a natureza da sua actividade.

Desde o início da última década, a criação de startups cresceu em todos os anos, com excepção de 2020. Este crescimento tem vindo a intensificar-se e 70% do total das actuais startups foram criadas nos últimos cinco anos, com 2021 e 2022 a atingirem os máximos na criação de startups, com 600 e 706, respectivamente.

Os dados revelam que 84% das startups são empresas de serviços intensivos em conhecimento de alta tecnologia. Em termos sectoriais, a maior parte das startups (3278) pertence às Tecnologias de informação e comunicação, a que correspondem 61% do volume de negócios total das startups. Apesar de serem bastante menos, as startups do sector industrial correspondem a um volume de negócios significativo de 26%.

Já 35% das startups são exportadoras, percentagem bastante superior à média do tecido empresarial, que é de 11%. Os 1,3 mil milhões de euros de negócio com outros países é fundamental para as startups exportadoras, representando 57% de toda a sua facturação, e 5% do total das exportações de serviços das empresas.

Do ponto de vista geográfico, as startups estão concentradas no litoral. Os distritos de Lisboa (1 822) e Porto (643) são aqueles onde se encontram a maioria das startups. Em número de startups, seguem-se os distritos de Setúbal, Braga, Aveiro, Coimbra e Leiria.

Entre 2019 e 2022, o volume de negócios das startups cresceu 24,4%, uma percentagem muito superior aos 9,1% quando considerada a totalidade do tecido empresarial. 26% das startups cresceu consecutivamente nos 3 anos.

No que toca ao emprego, a diferença é ainda maior: as startups geraram um crescimento do emprego em 17%, um valor que, na generalidade do tecido empresarial, ficou nos 1,6%. 3,8% das startups são ECE – Empresas de Crescimento Elevado (empresas com crescimento orgânico médio anual de empregados superior a 20% num período de três anos consecutivos).

A remuneração média das startups é de cerca de 1 700,00 euros por colaborador, um valor superior em 37% à média de todas as empresas portuguesas.

As 4073 startups que existem no país são detidas na sua grande maioria (83,2%) por sócios individuais. Das restantes startups, 9,4% têm uma empresa mãe de capital estrangeiro e 7,5% uma empresa mãe de capital nacional. A gestão e liderança destas empresas é na sua grande maioria masculina (86,1%), à semelhança do que acontece no restante tecido empresarial com as empresas tecnológicas.

Esta edição do estudo, realizada anualmente numa parceria entre a Startup Portugal e a IDC, integra pela primeira vez dados apurados pela Informa D&B. Tem o apoio da Huawei e BBVA.

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