Este é o objecto que os portugueses mais acumulam em casa. Não o deitam fora, mas será que lhe dão uso?

Por ocasião do Dia Mundial do Livro, celebrado no passado 23 de Abril, dois estudos, um da Preply e outro da Wallapop, mostram os hábitos dos portugueses relativamente à leitura e literatura. 

 

O recente estudo da Preply conclui que mais de 40% dos portugueses não lêem ou sentem que perderam o hábito da leitura.

Embora nem todos os inquiridos se reconheçam como amantes da literatura, o estudo deixa claro que, pelo menos entre os que se consideram como tal, há muito a dizer sobre a paixão pelos livros — uma relação pautada por diferentes rituais, escolhas e preferências.

Quanto às diferentes modalidades de leitura, por exemplo, de acordo com cerca de 77,5% dos portugueses, o livro impresso continua a ser a opção mais agradável para se dedicar a uma boa história, percentagem que o coloca muito à frente de alternativas em ascensão como os e-books (6,6%) e audiolivros (1,7%).

Já em relação aos géneros literários, por sua vez, com os livros de ficção (58,4%) e mistério e suspense (50,7%) lideram o topo de um pódio no qual também se destacam obras de autoajuda (37%), fantasia e ficção científica (36,1%) e, claro, as boas e indispensáveis histórias de amor (25,2%).

Sobre as situações que mais costumam exigir a companhia de um livro, nove em cada 10 inquiridos demonstraram predilecção pelos momentos tranquilos em casa, enquanto outros afirmaram ler mais durante férias e viagens (35,9%), em praças e parques (28,2%) e em filas de espera (16,7%).

Perante um cenário de excesso de informação e constante escassez de tempo, não é raro que os portugueses tendam a ver a própria relação com os livros de forma negativa.

Na avaliação das suas experiências de leitura ao longo do tempo, aproximadamente 42,5% dos inquiridos partilharam relações de distanciamento do universo das palavras, seja porque nunca tiveram interesse na literatura (9,6%) ou porque perderam o hábito de ler livros ao longo dos anos (32,9%).

Se somados, são números maiores que a parcela que acredita que lê cada vez mais (31,2%) ou que vem mantendo o hábito ao longo do tempo (26,1%).

Os obstáculos apontados são diversos e não se centram apenas nas redes sociais, mas também em certo excesso de exigências e responsabilidades — sejam os compromissos profissionais (49,6%) e familiares (44,9%) ou as tarefas domésticas (48,3%).

Sendo uma plataforma especialista em idiomas, o estudo da Preply também focou a capacidade de leitura noutras línguas. Quando questionados sobre experiências envolvendo obras estrangeiras nas suas línguas originais, 63,6% dos portugueses disseram não ter grandes desafios, seja por compreenderem parcial (40,9%) ou totalmente (22,7%) pelo menos um idioma para além do português. Trata-se de uma percentagem mais elevada do que aqueles que afirmaram ainda não ler noutra língua, limitação enfrentada apenas por 36,4% dos respondentes.

Para quem deseja dar o primeiro passo mas não sabe por onde começar, os segredos são basicamente três: investir em dicionários bilingues ou apps de tradução (45,1%), de forma a poupar tempo de leitura; começar com narrativas infantis ou de fácil compreensão (36,3%) e, ainda, caprichar nas anotações (36,3%) para memorizar mais naturalmente o sentido de certas palavras.

 

Mas são o artigo que mais guardam em casa, revela outro estudo da Wallapop. 

Num outro estudo realizado pela Wallapop, em parceria com a MuP Research, os livros surgem como um dos objectos que os portugueses menos estão dispostos a desfazerem-se, acabando por serem frequentemente acumulados nas suas casas (42,9%).

Estes dados revelam não só a importância cultural associada a estes bens, mas também o apego emocional que representam para quem os tem.

No mês de Março, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a procura por livros aumentou em 80% na Wallapop, onde os utilizadores têm acesso a uma ampla variedade de livros, desde best-sellers contemporâneos a clássicos intemporais, a preços acessíveis e em condições impecáveis.

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