As pessoas no centro da transformação
André Ribeiro Pires, executive board member e chief digital and information officer (CDIO) do Grupo Multipessoal, acredita que, «mais do que a tecnologia, em 2019, são as pessoas que assumem o papel chave na transformação das empresas.»
«Mais do que a tecnologia, em 2019, são as pessoas que assumem o papel chave na transformação das empresas. Essa é a tendência global que se reflecte, de forma idêntica, no estudo da Human Resources Portugal.
Atrair e reter o talento continua a ser o maior desafio das empresas. Sou da opinião de que esta previsão assume o maior risco para as organizações, pois quando se observam as previsões de evolução do número de colaboradores das empresas, existe uma clara tendência de manutenção ou crescimento conservador – abaixo dos 3%. Estes valores são uma forte ameaça à capacidade de entrega e ao crescimento das empresas.
O turnover voluntário dos trabalhadores leva a que os gestores portugueses prevejam aumentos salariais em mais de 70% das empresas inquiridas. Mas apenas 2% assumem atribuir aumentos acima de 3%. Estes dados reflectem uma clara falta de convergência entre expectativas salariais e adaptação do mercado.
Verifica-se, de igual modo, uma corresponsabilização do gestor de pessoas na gestão de expectativas dos colaboradores, bem como no reforço do employee value proposition. Esta situação acaba por ser uma consequência da escassez de talento que se verifica nos últimos anos em Portugal e que obriga as empresas a adequar as suas políticas para dar resposta à enorme volatilidade do mercado de emprego.
É cada vez mais explícito que as tendências de automação não estão a destruir postos de trabalho em Portugal, contudo a dificuldade em recrutar irá, cada vez mais, obrigar à reinvenção e ao desenvolvimento de novos de modelos de negócio, que permitam o crescimento das empresas reduzindo a dependência do capital humano.»
Este testemunho foi publicado na edição de Fevereiro da Human Resources, no âmbito do seu XXV Barómetro.
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