AstraZeneca Portugal reconhecida como primeira “Empresa Azul – Sem Tabaco”

Um projecto de certificação promovido pela Pulmonale – Associação Portuguesa de Luta contra o Cancro do Pulmão. Para além do tabagismo, a companhia biofarmacêutica está ainda a implementar, até 2017, acções em outras áreas como a da actividade física, alimentação saudável, gestão de stresse, e ainda na área do impacto ambiental.

 

 

De acordo com António Araújo, presidente da Pulmonale, uma “Empresa Azul – Sem Tabaco” significa ser «uma empresa moderna, preocupada com a saúde e bem-estar dos seus colaboradores, particularmente ao nível do tabagismo, que os sensibiliza e lhes proporciona as condições necessárias para que abandonem o consumo de tabaco e adquiram hábitos de vida saudáveis».

O programa de cessação tabágica na AstraZeneca implicou diversas etapas, desde acções de sensibilização, no Porto e em Lisboa, consultas de cessação tabágica, até alterações na organização das instalações da companhia, com a introdução de sinalética própria sobre o tema, de forma a cumprir as exigências do processo de certificação. A Pulmonale realizou ainda um estudo demográfico e morfológico para adequar a iniciativa ao contexto da empresa.

«Foi muito interessante observar a adesão dos colaboradores, a incorporação dos objectivos que pretendíamos alcançar, e o modo como os conseguiram levar ainda mais longe – de que é exemplo facto de terem envolvido familiares que fumavam -, culminando com uma grande adesão e participação de todos», realça António Araújo.

Deixar de fumar é difícil, mas não impossível

Marta Simão, colaboradora da AstraZeneca, assume que passou «quase meia vida a fumar» e a vontade de deixar já a perseguia, não só pelos filhos mas também «por saber o mal que faz». Ainda assim, nunca tinha tentado abandonar a dependência do tabaco até saber da proposta da AstraZeneca: «Ao ter conhecimento da iniciativa achei que era a oportunidade para o fazer, pois iria ter consultas semanais que me poderiam ajudar a não falhar numa fase inicial.» O sucesso foi imediato, ou seja, está sem fumar há cerca de quatro meses. «No dia a seguir à primeira consulta deixei logo de fumar e desde então não peguei em mais nenhum cigarro», revela.

História idêntica é contada por outra das colaboradoras da AstraZeneca. Cláudia Sousa era fumadora há duas décadas e deixou o tabaco na altura em que integrou o projecto da companhia, também há quatro meses. Já tinha deixado de fumar durante a gravidez dos dois filhos e depois ainda durante um período de dois meses, mas acabou por voltar sempre. «É tudo uma questão de mindset, afirma, admitindo que as consultas de cessação tabágica que frequentou na empresa foram muito importantes».

O processo não foi difícil para nenhuma das duas, mas Marta Simão reconhece que, no início, lhe custou “deixar as rotinas associadas”, nomeadamente “o cigarro após as refeições ou nas saídas à noite”. “Posso dizer que agora já não penso no cigarro, mas sobretudo durante o primeiro mês estava muitas vezes presente a vontade de fumar”. Para conseguir levar a sua decisão por diante, Cláudia Sousa conta que começou a ir ao ginásio e alterou a sua forma de pensar: «Muitas vezes, achava que o cigarro era uma pausa que eu aproveitava para relaxar, mas a verdade é que hoje não sinto falta desse factor.» Já Marta Simão optou por deixar de beber café nas primeiras semanas, pela associação que fazia ao cigarro.

O cancro do Pulmão

Em Portugal, a cada ano registam-se cerca de 4 mil novos casos de cancro do pulmão e 3800 mortes em consequência da doença, segundo dados avançados pela Pulmonale. Em todo o mundo, o tabagismo é responsável pela morte anual de 700 mil pessoas.

Os homens fumadores portugueses consomem cerca de 17 cigarros por dia, enquanto as mulheres cerca de 13 cigarros por dia. Segundo a Pulmonale, assiste-se a uma diminuição do consumo de tabaco nos jovens do sexo masculino, mas a um aumento nas raparigas.

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