Autoeuropa recorre a trabalhadores temporários para substituir 200 colaboradores que têm que ficar em casa

A Autoeuropa vai prolongar a redução de turnos por mais uma semana. Mas a unidade portuguesa do grupo Volkswagen quer retomar a produção total a partir de dia 8 de Fevereiro e vai contratar trabalhadores temporários para substituir os operários que têm de ficar em casa com os filhos enquanto não voltarem as aulas presenciais, adianta o Dinheiro Vivo.

 

«As equipas estão a fazer um levantamento de quantos trabalhadores têm de ficar em casa e foram accionadas as empresas de trabalho temporário», referiu o coordenador da comissão de trabalhadores da Autoeuropa em declarações ao Diário de Notícias. Fausto Dionísio estima que pelo menos 200 colaboradores estejam em casa. «Só não são mais porque os pais perdem um terço do rendimento por tomarem conta dos filhos», afirmou o representante dos trabalhadores.

De acordo com a publicação, com a suspensão das aulas por duas semanas, a Autoeuropa teve de se reorganizar em menos de 24 horas. Não houve produção entre os dias 22 e 24 de Janeiro; a laboração ao fim de semana foi suspensa, passando de 19 a 15 os turnos de trabalho por semana.

O Dinheiro Vivo revela que o reforço temporário da equipa surge dois meses depois de a empresa ter optado por não integrar um total de 175 operários nos quadros – que atingiram o limite de renovações de contratos a prazo. Segundo a empresa, a decisão foi justificada pela redução do volume de montagem do monovolume Sharan neste ano – para reforçar o T-Roc são necessários menos recursos humanos.

A medida, na altura, provocou “enorme desagrado” à comissão de trabalhadores. Agora, porém, a opção de ir buscar temporários para compensar os pais que têm de ficar em casa«”é uma situação completamente diferente», entende Fausto Dionísio. «Há pedidos de carros da Alemanha que têm de ser cumpridos. Não podemos perder a oportunidade», entende o representante dos trabalhadores.

Desde Março do ano passado que a Autoeuropa tem sido afetada pelo coronavírus. Em Março, quando a pandemia levou ao recolhimento dos portugueses, a fábrica suspendeu a produção e mandou para casa os mais de 5500 trabalhadores. Essa medida foi tomada em todas as unidades do grupo Volkswagen na Europa, devido às quebras de encomendas.

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